Análise da paleoparasitologia na América do Sul: uma revisão bibliográfica acerca do identificação parasitológica no Brasil

Abstract

A paleoparasitologia é um ramo da paleopatologia relativamente novo, que se dedica à identificação parasitológica em restos arqueológicos e paleontológicos. Por meio de técnicas como reidratação e biologia molecular é possível compreender o comportamento dos parasitas e suas semelhanças e diferenças em relação aos dias atuais. O Brasil possui uma rica variedade de sítios arqueológicos que forneceram evidências de infecções parasitárias em populações antigas, como os renomados sítios Boqueirão da Pedra Furada, Sítio do Meio e Gruta do Gentio II, entre outros, onde ovos e larvas de diferentes parasitas foram encontrados. A história da paleoparasitologia remonta aos estudos pioneiros do Sir Marc Armand Ruffer, que identificou ovos de Schistosoma haematobium em múmias egípcias. No Brasil, o Dr. Luiz Fernando Rocha liderou as primeiras pesquisas na Fundação Oswaldo Cruz. A pesquisa objetiva realizar uma revisão bibliográfica sobre os estudos da paleoparasitologia na América do Sul, com foco na identificação microscópica no Brasil. Quanto à metodologia, se trata de uma Revisão Bibliográfica narrativa, de natureza exploratória com a abordagem do tipo qualitativa, visando o avanço da ciência e o desenvolvimento do conhecimento científico acerca da paleoparasitologia, utilizando como critérios de inclusão estarem em português, inglês ou espanhol e abordarem o assunto “Paleoparasitologia”, sendo realizado um levantamento bibliográfico em periódicos online. Como resultado, o estudo atual revelou os parasitas predominantes identificados nos sítios arqueológicos do Brasil, entre eles, Trichuris trichiura, ancilostomídeos, Ascaris lumbricoides, Strongyloides stercoralis e Trypanosoma cruzi. Além disso, foram abordadas as principais abordagens empregadas para a identificação destes parasitas, incluindo as técnicas de flutuação, reidratação, imunológicas e biologia molecular. Por fim, o presente trabalho proporciona uma maior compreensão da relevância das infecções parasitárias para as populações antigas, bem como dos métodos de identificação, da presença de parasitos nos sítios arqueológicos brasileiros e como fatores culturais e principalmente climáticos podem interferir na presença do parasito em uma determinada região.