Traços que distinguem: uma análise sobre as coleções infantis com distinção de gênero e agênero.

Abstract

Nesta proposta foi feita uma pesquisa de referências visuais ao analisar coleções agênero e com distinção de gênero, tivemos como foco apontar as características imagéticas e visuais presentes no mercado de moda infantil “generificado” que ainda sustentam o discurso de papéis de gênero e apontar o que traz a neutralidade, feminilidade ou masculinidade nas peças de roupa. Para isso foram coletadas imagens das coleções de dez marcas (cinco agênero e cinco com distinção de gênero), elas foram fichadas e analisadas a partir da adaptação dos tópicos para construção de uma coleção descriminadas por Sanches (2016) em seu artigo “Bases para o ensino/aprendizagem de projeto no design de moda”. A investigação foi realizada considerando-se três pontos: a) Fundamentação Teórica – onde foi explanado um pouco da história do design e da moda, o conceito de gênero e os efeitos da publicidade sobre o público infantil e adulto; b) fichamento das coleções – para facilitar a análise posterior e c) análise das coleções – baseada na metodologia de Sanches (2016) adaptada. Ao final, a abordagem nos ofereceu como resultado os pontos determinantes de cada tipo de coleção. Como desfecho foi percebido que algumas características de distinção determinadas desde o século XIX ainda permanecem nos dias atuais em acabamentos (babados, peças mais ajustadas ao corpo), cores (variações de rosa para meninas e azul para meninos) e pictogramas (mais delicados para meninas se comparados com os meninos). Já nas coleções agênero foi percebido um grau estilístico maior nas peças, cores mais neutras e estampas mais abstratas. O estudo visa compreender as características imagéticas aplicadas nos três tipos de coleções para criar, em um estudo futuro, uma coleção mais criativa e dinâmica que atinja ao consumidor de fast-fashion de uma forma acessível.