Estudo químico, antioxidante e antimicrobiano da madeira de Schinopsis brasiliensis engl. (Braúna)

Abstract

A Caatinga é um bioma localizado na região do Nordeste brasileiro, que apresenta uma vegetação composta por uma variedade de espécies de grande importância. No entanto, muito pouco se conhece sobre seu perfil químico e biológico. Algumas plantas como Schinopsis brasiliensis Engl. se destaca por ser forrageira, medicinal e fornecer madeira de qualidade. A madeira é um biopolímero tridimensional composto principalmente de celulose (30-50%), hemicelulose (20-30%), lignina (15-35%) e extrativos em pequenas quantidades. Os extrativos ou metabólitos secundários como saponinas, flavonoides, terpenos, esteroides, taninos e alcaloides podem ser encontrados em todas as partes da planta. No presente estudo foram obtidos os extratos hexânico e etanólico da madeira de Schinopsis brasiliensis Engl. Da partição do extrato etanólico da madeira de foram obtidas quatro fases, mas apenas a fase em diclorometano foi selecionada para estudo químico, enquanto que os testes de quantificação de fenóis totais, antioxidante e antimicrobiano foram realizados com o extrato etanólico. Os resultados obtidos dos testes fitoquímicos mostraram a presença de flavonoides, taninos, esteroides e terpenos na madeira estudada. A madeira de S. brasiliensis apresentou teor de fenóis totais (366,09 µg/mL ± 11,30), usando Folin-Ciocalteau, atividade sequestradora do radical DPPH. (CE50 58,73 µg/mL) e atividade antimicrobiana frente às cepas de Staphylococcus aureus e Enterococcus faecalis, tendo resultado negativo apenas para Candida albicans. No estudo químico por UPLC-DAD-qTOF-MS realizado com a fase em diclorometano foram identificados nove compostos fenólicos compreendendo dois ésteres do ácido gálico (galato de metila e galato de etila) e sete flavonoides (aromadendrano, naringenina, eriodictiol, taxifolina, canferol, quercetina e buteína). Dentre as substâncias identificadas apenas o galato de metila já foi relatado anteriormente nas folhas de S. brasiliensis. As demais substâncias são inéditas na espécie. A atividade antioxidante e antimicrobiana observada nesse estudo pode ser em função da alta concentração de compostos fenólicos.