O uso do teleatendimento para avaliar os casos de doença de Chagas em pacientes portadores de marcapasso, acompanhados em serviço de referência de Pernambuco

Abstract

A Tripanossomíase americana é uma doença negligenciada caracterizada por apresentar fase aguda com sintomas inespecíficos, já quando o indivíduo apresenta fase crônica sintomática o principal órgão acometido é o coração que perde sua funcionalidade e em determinados casos se faz necessário o uso de marcapasso. Com a chegada do desenvolvimento tecnológico se faz importante a aplicação de ferramentas virtuais também no âmbito da saúde. Buscou-se por meio da pesquisa avaliar o número de casos de doença de Chagas em portadores de marcapasso utilizando um questionário online, juntamente com a verificação de quais deste grupo possuíam e não possuíam conhecimentos acerca da patologia em questão e quais dos participantes tinham maior probabilidade de que caso fosse realizada a testagem o resultado fosse positivo. Foi analisado um grupo de participantes todos usuários de marcapasso, acompanhados pelo Ambulatório Estadual de Referência para Pacientes Portadores de doença de Chagas (DC), Insuficiência Cardíaca (IC) e Marcapasso (MP) (CASA DE CHAGAS) PROCAPE- UPE, eles receberam folders com conteúdo informativo à respeito da doença de Chagas e da importância na participação no estudo, nos folders continham dois QR-codes um que direcionava para um site criado com o intuito de sanar questionamentos que surgissem e os indivíduos poderiam ler mais informações acerca da doença e do estudo, assim como também podiam entrar em contato para retirada de dúvidas, o outro QR-code se direcionava diretamente para o formulário online, o questionário foi formado por perguntas que abordavam os fatores de riscos relevantes para se atingir os objetivos do estudo. Através da análise ANOVA de uma via com pós-teste de Holm–Šidák, p*<0,05, se investigou um grupo de 50 pacientes, identificando que 25 destes já haviam realizado o teste, para identificação de doença de Chagas, sendo 14 portadores e 11 não portadores, os 25 restantes não fizeram a testagem para investigação de Tripanossomíase americana. Desta forma era necessário saber se este último grupo tinha probabilidade de que quando fosse realizada a testagem o resultado positivasse. Foi feita a avaliação de fatores de risco, envolvendo: moradia em casa de taipa, uso de marcapasso, desconhecimento acerca do vetor, observação frequente do vetor, hábitos de não higienizar as mãos e eliminação do vetor com as mesmas, dormir em colchão de palha e desconhecimento acerca da doença. Através do estudo realizado sobre os fatores de riscos e os grupos de diagnosticados com Tripanossomíase americana, testados negativos para a patologia e não testados, teve-se que a análise dos pacientes não testados relacionando-se com os fatores de risco foi mais elevada que quando comparados com os indivíduos testados negativos, resultando deste modo que caso esse grupo específico seja testado, se tem uma maior probabilidade de se ter resultados positivos, visto que essas pessoas estão em constante contato com os fatores de risco associados a doença de chagas.