Perfil dos medicamentos utilizados pelos pacientes admitidos na enfermaria de nefrologia de um hospital universitário

Abstract

A Doença Renal Crônica (DRC) é um problema de saúde pública. A polimedicação em pacientes renais favorece a ocorrência de Problemas Relacionados a Medicamentos (PRM), sob os quais, a reconciliação medicamentosa é uma estratégia farmacêutica que contribui para um tratamento seguro e eficaz. Este trabalho teve como objetivo caracterizar o perfil dos medicamentos utilizados pelos pacientes admitidos na enfermaria de nefrologia, de um Hospital Universitário da região metropolitana do Recife. Para isso, executou-se um estudo transversal de caráter descritivo, com abordagem quantitativa, na Unidade de Farmácia Clínica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco. Realizou-se o levantamento das fichas de conciliação dos pacientes, referente ao período de fevereiro/2021 até janeiro/2022. Em seguida, os medicamentos descritos foram tabulados em uma base de dados e categorizados de acordo com o sistema Anatomical Therapeutic Chemical (ATC). O processamento dos dados foi realizado através das ferramentas Google Workspace, Microsoft® Office, e da linguagem de programação Python e as bibliotecas Pandas, Numpy e Jupyter-lab. A base de dados construída relacionou os pacientes e o perfil farmacoterapêutico. Os resultados obtidos foram: dos 250 pacientes conciliados, 246 faziam uso de pelo menos 1 medicamento; 65% (n = 162) foram do sexo feminino e 35% (n = 88) masculino. A média das idades foi 47 (± 17) anos, sendo 23% (n = 58) idosos (≥ 60 anos). Foram identificados um total de 1.379 medicamentos, com uma média de 5,61 medicamentos por paciente. O total de tipos de medicamentos foi n = 168. A polimedicação foi verificada em 58% (n = 141) dos pacientes. Dos idosos incluídos no estudo, 66% (n = 39) faziam uso de polifarmácia. Já quanto a ocorrência, os medicamentos mais prevalentes foram de atuação no sistema cardiovascular, n = 35; no sistema nervoso, n = 34; e no trato alimentar e metabolismo, com frequência igual à n = 27, representando 57,14% dos 168 medicamentos. O trabalho mostrou, ainda, que os medicamentos mais frequentes foram: prednisona, losartana, anlodipino, sinvastatina e furosemida. Esse trabalho contribuiu para o fortalecimento de ações de cuidado ao paciente no ambiente hospitalar e colaborou com o serviço de reconciliação através da compilação de informações relevantes para a conduta do farmacêutico.