A influência do estresse na modulação do sistema imune durante a pandemia da COVID-19: uma revisão narrativa da literatura

Abstract

O sistema imune tem a função de manter a homeostase corporal, protegendo o organismo de diversos microrganismos, que podem prejudicar o desempenho normal dos órgãos, tecidos e células. É um sistema complexo que funciona como uma grande barreira de proteção, no entanto, alguns fatores podem interferir negativamente nesse sistema. E dentre esses fatores, está o estresse emocional crônico. O estresse pode ser definido como uma reação natural do corpo a determinados estímulos em cenários de perigo ou ameaça, desencadeando reações que ativam a produção de hormônios, colocando o corpo em estado de alerta ou alarme. O estresse pode ser causado por vários motivos como problemas profissionais, financeiros, familiares, trânsito, doenças, acidentes, insegurança entre outros. Esses motivos são chamados de agentes estressores. A COVID-19, causada pelo vírus SARS-coV-2, é uma doença infecciosa que tem a capacidade de causar a síndrome respiratória aguda grave, é altamente transmissível sendo um dos principais motivos para rápida difusão mundialmente, causando uma pandemia mundial. Entre muitos gatilhos, a pandemia da COVID-19 se tornou um dos principais responsáveis por desencadear crises de estresse. Dessa forma, esse trabalho tem como objetivo detalhar a relação entre o estresse e a modulação do sistema imunológico, levando em consideração a pandemia da COVID-19, visto que durante esse período a população passou por várias questões psicológicas promovendo o estresse. Para isso, foi realizada uma revisão utilizando artigos científicos publicados entre os anos de 2019 a 2022 que contém aspectos fisiológicos e imunológicos das duas doenças, incluindo os que se adequaram ao tema e excluindo os que não satisfaziam os critérios de tema e ano de publicação. Nos resultados observou-se que houveram alterações do sistema imune durante a pandemia, como o desequilíbrio da resposta Th1 e Th2, pela ativação do eixo HPA, a ativação de mastócitos interagindo com o CRH gerando a exacerbação da infecção, além da tempestade de citocinas. E conclui-se que os impactos causados pelo estresse modulam não só a resposta do sistema imune, mas também sistema nervoso, cardíaco, motor e cognitivo, podendo gerar doenças e condições mais graves.