Comer Emocional em Tempos de Pandemia de COVID-19 no Interior de Pernambuco - Brasil

Abstract

Introdução: A Alimentação Emocional é um fenômeno que possui característica do aumento da ingestão alimentar por estímulo do estado de humor negativo ou positivo e eventos estressantes, como a pandemia da COVID-19, e está intimamente ligada a transtornos alimentares e desordens psiquiátricas como ansiedade e depressão. Objetivo: Este estudo objetivou avaliar o impacto do isolamento social causado pela pandemia da COVID-19, sobre a alimentação emocional na população do interior do estado de Pernambuco. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de caráter transversal e descritivo de abordagem quantitativa baseada na análise do banco de dados da pesquisa intitulada “Impacto do Isolamento Social e da Quarentena Causados pela Pandemia da COVID-19 Sobre o Comportamento Alimentar e a Autoimagem Corporal”. Foram avaliados indivíduos que estiveram em isolamento social decorrentes da pandemia da COVID-19 (n=114), no período de julho a dezembro de 2020 do interior de Pernambuco- Brasil. Os questionários foram aplicados pelo Google Forms e divulgados pelas mídias sociais: Facebook, Instagran e WhatsApp. Para a avaliação da “alimentação emocional” nos indivíduos, foi utilizado o questionário Three Factor Eating Questionnaire (TFEQR21) que foi traduzido e validado para o Brasil. Utilizou-se também o Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS). Foram coletados: dados sociodemográficos e de estilo de vida da população estudada. A avaliação do estado nutricional foi realizada através do índice de massa corporal (IMC), classificado pela Organização Mundial de Saúde para adultos e Lipschitz para idosos. Os dados foram analisados no programa estatístico SPSS® (Statistical Package for the Social Sciences), versão 19.0 e a normalidade das variáveis analisadas através do teste Qui-quadrado ou Exato de Fisher. Resultados: A Alimentação Emocional representou 35,1% da amostra, a ansiedade 43,0% (n=49) e 38 indivíduos com depressão leve, moderada e grave 11,4%, 19,3% e 2,6%, respectivamente. Em sua maioria eram solteiros 70,2%, com a faixa etária de 18 a 30 ± 11,21 anos e prevalência do sexo feminino 75,5% (n=86). A Alimentação Emocional mostrou associação estatística significativa para com as variáveis sexo, estado civil, renda familiar, excesso de peso pré-pandemia, ansiedade e depressão. Conclusão: A presente pesquisa verificou que uma considerável parte da amostra, apresentou alimentação emocional e sua relação com a ansiedade e depressão, sendo mais prevalente na população feminina, solteira, de baixa renda e que já tinham excesso de peso antes da pandemia.