Estudo de viabilidade econômica e financeira para geração de energia a partir do biogás em aterro sanitário.

Abstract

O crescimento populacional e a intensificação das atividades humanas têm gerado um acelerado aumento na produção de resíduos sólidos urbanos (RSU), tornando-se um grave problema para prefeituras e para a sociedade. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei 12.305, de 2010, impôs o encerramento de todas as disposições inadequadas existentes, multando o poder municipal em caso de descumprimento. Além disso, o Brasil vive hoje uma crise energética e econômica o que resulta em elevados índices de desemprego e tarifas de energia mais onerosas. No entanto, existem possibilidades que podem minorar essas questões, uma delas é a produção de energia a partir do biogás em aterros sanitários, essa energia é largamente desperdiçada uma vez que em diversos aterros não dispõe de equipamentos necessários para sua produção. Esta pesquisa realizou um estudo de viabilidade econômica para a produção de energia elétrica e aproveitamento dos certificados de emissões reduzidas gerados através do biogás em um aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos. Ainda, visando analisar diferentes cenários, foi elaborado uma análise de risco através da Simulação de Monte Carlo. Este trabalho foi desenvolvido com base em estudos prévios que permitiram a caracterização e quantificação dos resíduos gerados na Cidade do Recife, utilizando como local experimental o Aterro da CTR Candeias, localizado no Município de Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco. As simulações realizadas consideraram o porte e a taxa de disposição de resíduos em uma determinada célula do aterro semelhantes à de pequenos e médios municípios brasileiros. Os resultados permitiram identificar vários fatores que apontam para uma viabilidade econômica do aproveitamento energético do biogás associado a comercialização dos créditos de carbono, previstos no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (UNESCO), além de incentivar o desenvolvimento de uma matriz energética renovável que vem sendo pouco explorada no Brasil, a qual pode ser aplicada em vários aterros de pequeno e médio porte.