Avaliação de ações pela análise fundamentalista e um estudo de carteira no Brasil

Abstract

O mercado de capitais é o grande fomentador de recursos da economia. Países desenvolvidos possuem Bolsas de valores fortes e eficientes no processo de transferência de recursos dos agentes superavitários para os deficitários. Dentro do mercado de capitais ganha destaque o mercado de ações. É neste mercado que as empresas buscam os recursos necessários pra o seu crescimento, gerando assim novos empregos e alimentando a grande roda gigante que é a economia mundial. A complexidade do mercado de ações traz diversos questionamentos acerca do futuro dos recursos investidos. Essas dúvidas afugentam muitos agentes superavitários, ou seja, investidores, tornando assim menos eficiente o processo de transferência de recursos. A divulgação do conhecimento do processo de avaliação de ações é fator chave para trazer novos investidores ao mercado, garantindo assim um mercado de ações mais forte. Este trabalho teve como objetivo realizar um estudo com ações de empresas brasileiras, classificadas em carteiras de acordo com características observáveis das companhias, com o intuito de encontrar diferenças entre os retornos de tais ações e comparar com o desempenho apresentado por estudos feitos no exterior. Esse estudo é chamado de Estudo de Carteira e é realizado como teste da Eficiência do Mercado. Para realizar tal estudo foram necessárias uma revisão e discussão acerca dos métodos de avaliação de ações e também acerca da Eficiência de Mercado e suas evidências. Discussão esta também um dos objetivos deste trabalho. O estudo foi realizado separando a amostra de ações em duas carteiras – 50% da amostra em cada carteira – de acordo com o grau do Preço/Valor Contábil (P/VPA) de cada ação. A carteira contendo as ações com menor P/VPA obteve retornos superiores aos da carteira contendo ações de maior P/VPA. Apesar de obter maiores retornos, concluiu-se que a carteira contendo ações de menor P/VPA possuía um risco maior associado, verificado pela maior variância dos retornos e maior beta médio, calculado através de uma regressão linear dos retornos da carteira contra os retornos do Ibovespa. Concluiu-se também que investidores mais agressivos deveriam colocar mais recursos na carteira de menor P/VPA enquanto que investidores mais conservadores deveriam colocar mais recursos na carteira de maior P/VPA.