A identidade docente quilombola: uma análise sobre a sua construção na comunidade quilombola do Sambaquim-Panelas/PE.

Abstract

O presente trabalho versa sobre a identidade docente quilombola. O objetivo geral desta pesquisa é analisar a construção da identidade docente de professores que atuam em escolas quilombolas. Para aprofundamento do aporte teórico, utilizamos Ferreira (2013), Fanon (2004) e Quijano (2007) para as discussões sobre Quilombo e Quilombola; no que se refere ao conceito de educação escolar quilombola, nos debruçamos sobre as análises de Botelho (2000). E no tocante à identidade docente, nos apoiamos nos estudos de Tardif (2014) e Miranda (2014) dentre outros. De caráter qualitativo, recorremos a Pesquisa documental e de campo. Foi realizada a entrevista semiestruturada. Para análise dos dados, usamos a Análise de Conteúdo BARDIN(1997) por meio da qual observou-se a construção da identidade docente da professora que atua na escola Manoel Bandeira, localizada na Comunidade Quilombola do Sambaquim de Panelas-PE, é fruto não apenas da formação de seu currículo, ela é um somativo da sua identidade social e pessoal. A professora tem uma identidade quilombola, todavia por estar imersa dentro da lógica eurocêntrica que determina os padrões do que é ser negro e do que é ser quilombola, ela não consegue assumir essa identidade porque rompe com os estereótipos, visto que ela não é negra. A falta de uma formação para além da escola multisseriada, não permite que Maria Firmino dos Reis desmitifique esses estereótipos, assuma na sua identidade pessoal o ser quilombola. Cabe ressaltar que as formações segundo a docente sempre são de modo geral com os demais professores, sem sensibilizar com as especificidades que o Sambaquim possui, indo contra o que as Diretrizes Curriculares para a Educação Quilombola orienta.