Avaliar para conhecer, conhecer para avaliar: saberes- fazeres mobilizados nas práticas avaliativas de professores dos anos iniciais da educação básica no contexto da pandemia Covid-19.

Abstract

O presente estudo buscou analisar os saberes-fazeres mobilizados pelos professores dos anos iniciais da educação básica em suas práticas avaliativas no contexto da pandemia Covid-19. Para tanto, objetivamos identificar os saberes-fazeres mobilizados nas práticas avaliativas desenvolvidas pelos professores dos anos iniciais da educação básica; identificar nos discursos dos professores, práticas avaliativas que permitam perceber avanços, dificuldades e possibilidades às aprendizagens dos alunos; analisar as possíveis implicações que o contexto da pandemia produz nos saberes-fazeres de professoras em suas práticas avaliativas. A fim de dar conta dessa discussão, nos fundamentamos em autores que tratam de concepções de avaliação da aprendizagem como Méndez (2002), Freitas (2009), Marinho, Leite, Fernandes (2014), Magalhães (2018), entre outros, também autores que versam sobre os saberes docentes ou saberes dos professores como Tardif (2002; 2005), Pimenta (1999). O estudo foi pautado numa abordagem qualitativa. Desse modo, o percurso teórico-metodológico tem como base a Teoria do Discurso de Laclau, que percebem o discurso enquanto fala, mas também enquanto prática (BURITY, 2014). Como procedimentos de coleta de dados, utilizamos as entrevistas semiestruturadas com duas professoras dos anos iniciais do ensino fundamental do agreste pernambucano. Nos resultados os discursos que apontam as implicações do contexto de pandemia, nos possibilitou identificar várias aproximações discursivas: o contexto desafiador para o ensino-aprendizagem; o processo de adaptação dos professores, pais e alunos às tecnologias; a participação muito reduzida dos alunos na modalidade de aulas remotas; a relação mais estreita entre escola e família; a possibilidade e a impossibilidade de avaliar as aprendizagens. Tal cenário apresenta-se desafiador as práticas avaliativas das professoras, no entanto, elas possuem saberes-fazeres que possibilitam táticas para o enfretamento das dificuldades que surgem no cotidiano das aulas remotas.