Associação entre níveis de vitamina D e risco cardiometabólico em adolescentes

Abstract

As doenças cardiovasculares são um problema mundial com crescente prevalência em adolescentes e a deficiência de hidroxivitamina D (25(OH)D) vem sendo associada a complicações cardiovasculares futuras. Assim torna-se necessário investigar a relação destes, a fim de construir estratégias de enfrentamento. Diante disso, o objetivo do estudo foi determinar a associação entre níveis de vitamina D e risco cardiometabólico em adolescentes. Foi realizado um estudo de corte transversal, aninhado em coorte, envolvendo 407 adolescentes na faixa etária de 12 a 19 anos, de ambos os sexos, no período de 2012-2013, provenientes de escolas públicas do Recife. Foram aferidos o peso, a altura e a circunferência da cintura (CC) e calculado o IMC. Para as análises bioquímicas foram colhidos cerca de 10 mL de sangue por punção venosa, após jejum de 10 a 12 horas, cuja coleta foi realizada na própria escola ou em domicilio. Imediatamente, uma das alíquotas do soro foi utilizado para dosar as concentrações de 25(OH)D, colesterol total (CT), lipoproteína de baixa densidade (LDL), lipoproteína de alta densidade (HDL), triglicerídeos (TG) por método enzimático e os de LDL-c estimado segundo a fórmula de Friedewald. O fenótipo cintura hipertrigliceridêmica (FCH) foi definido pela presença simultânea de TG e CC aumentados sendo definido como tendo uma CC (≥90º percentil para idade e sexo) e concentrações de triglicerídeos (≥90 mg/dL). Observou-se que o FCH, IMC, CC, HDL e TG e apresentaram maiores valores no tercil de menor nível sérico de vitamina D. Houve uma correlação negativa significativa (p<0,05) entre a vitamina D e o consumo de álcool, IMC, FCH, CC, LDL, TG, CT. Permaneceram no modelo de regressão com uma relação inversa o consumo de álcool e o aumento do IMC e CT quando comparados à vitamina D. No entanto, a CC e LDL apresentaram uma relação direta com a vitamina D. Diante disso, observou-se que a redução dos níveis de vitamina D foi associada a fatores de risco cardiometabólico tradicionais como aumento do IMC e CT.