Um olhar sobre a prática de profissionais de apoio à alunos com deficiência da rede municipal de ensino do Recife

Abstract

A inserção de Profissionais de Apoio tem se constituído como uma estratégia dos sistemas educacionais públicos e privados do Brasil para atender alunos com deficiência nas escolas. Na Rede Municipal de Ensino do Recife esse trabalho é atualmente desenvolvido por Estagiários de Apoio e Agentes de Apoio Educacional Especial (AADEEs). Diante disso, o objetivo dessa pesquisa foi caracterizar a prática de profissionais de apoio à alunos com deficiência matriculados em escolas da Rede Municipal de Ensino do Recife. A fundamentação teórica que norteou nossa investigação conta com a discussão de Inclusão escolar, a partir dos estudos de Mantoan (2003), Mendes (2006), Carvalho (2013) Prática Pedagógica e Prática Pedagógica Inclusiva a partir dos estudos de Freire (1987), Souza (2006) e Oliveira (2009) e das contribuições de Glat e Pletsch (2012), Martins (2011), Mousinho et al (2010), Macedo (2016), entre outros sobre Profissionais de Apoio à educação de alunos com deficiência . Essa pesquisa é de cunho qualitativo, do tipo pesquisa de campo segundo Gil (2002) e os instrumentos de coleta de dados utilizado foram questionários, observação participante e entrevistas semiestruturadas. Foram sujeitos da pesquisa 04 (quatro) profissionais de apoio à alunos com deficiência de duas escolas da Rede Municipal de Ensino do Recife, sendo 02 (dois) estagiários de apoio e 02 (dois) AADEEs. Os dados coletados foram analisados a partir da técnica de análise de conteúdo temática de Bardin (1977). Os resultados apontam que as práticas pedagógicas desenvolvidas na escola para o atendimento aos alunos com deficiência estão centradas na figura do professor do AEE e na garantia da presença de um profissional de apoio em sala de aula para esses estudantes. A prática desenvolvida por esses profissionais se caracteriza pelo auxílio às tarefas relacionadas ao cuidado e suporte pedagógico individualizado aos alunos com deficiência mesmo que não haja clareza sobre suas atribuições na legislação nacional e local e, por vezes, sem orientação dos outros profissionais da escola. Estes, acreditam que são indispensáveis para viabilizar a inclusão de alunos com deficiência, sobretudo pelo apoio que oferecem aos professores da sala de aula regular, entretanto ressaltam alguns aspectos que indicam a precarização de seu trabalho, como baixos salários, desvio de função, pouca preocupação com a formação inicial e continuada dos profissionais e a rotatividade. Espera-se que essa pesquisa contribua para o reconhecimento dos aspectos que caracterizam prática de profissionais de apoio no contexto do atendimento aos alunos com deficiência no contexto local, buscando a efetivação de práticas pedagógicas inclusivas a partir da construção de um referencial que regulamente sua prática e da valorização profissional desses sujeitos.