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https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34104
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Título: | Deslocamentos, viagens e transculturação em O outro pé da sereia: uma possibilidade para se pensar identidades pós-coloniais |
Autor(es): | GIUBERTI, Bárbara Bartels Rezende |
Palavras-chave: | Literatura pós-colonial; O outro pé da sereia; Mia Couto; Decolonial; Literatura africana |
Data do documento: | 13-Mar-2019 |
Editor: | Universidade Federal de Pernambuco |
Abstract: | Pensar a África contemporânea leva, necessariamente, à leitura de uma sociedade pós-colonial de independência tardia, com complexas representações que configuram investidas em contornos identitários. A literatura, com sua aptidão para tornar mais compreensíveis as diversas dinâmicas de exploração de imaginários, mostra-se um rico instrumento que nos permite explorar questionamentos dificilmente traduzíveis em outras formas de linguagem. Nessa perspectiva, o romance O outro pé da sereia, do escritor Mia Couto, guia por mergulhos na imprecisão, opacidade e subjetividade da sociedade africana. Partindo deste olhar sobre o continente, mais especificamente sobre a realidade de Moçambique, objetiva-se, com o presente estudo, analisar o romance à luz dos estudos pós-coloniais, compreendidos e justificados a partir do diálogo entre estudiosos como Ella Shohat, Stuart Hall, Edward Said, Homi Bhabha, Anibal Quijano, Walter Mignolo, Inocência Mata e Ana Mafalda Leite. As análises dos personagens da obra, com as lentes das abordagens dos estudos culturais pós-coloniais e decoloniais, nos leva a pensá-la como um instrumento que permite uma experiência estética questionadora que implode, do interior de suas páginas, a visão ocidental eurocentrada sobre a história, a cultura e o povo africano, bem como a respeito de suas formas de constituir identidades. O fim da presença colonial portuguesa em Moçambique implicou na reorganização política e cultural do tecido social. Consequentemente, há uma tradição intelectual e artística de revisitação e reelaboração da história, embora um sistema de produção de uma identidade nacional não esteja fortemente estabelecido, face à diversidade cultural do país. Nesse contexto, as experiências transculturais das personagens, assim como suas relações com a terra e as histórias de seus povos, juntamente à ideia de nação, à vivência da religiosidade, e à poética da língua, configuraram-se caminhos de resistência ao domínio de uma narrativa imperialista que se legitimou a partir de um pressuposto centro europeu. A reescrita histórica que o romance propõe, por sua vez, não é positivista, tampouco pretende eliminar de vez todas as contribuições interpretativas europeias, mas, sim, dar voz e espaço a outros sujeitos, memórias e vivências. Ao fim da leitura da saga da sincrética sereia, nos vemos diante de uma narrativa que não se esgota, de uma linguagem que inquieta ao expor seus próprios limites e direciona ao reconhecimento de que as verdades escapam, em ligeiros dribles, assim como as histórias. |
Descrição: | GIUBERTI, Bárbara Bartels Rezende, também é conhecida em citações bibliográficas por: REZENDE, Bárbara Bartels |
URI: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34104 |
Aparece nas coleções: | Dissertações de Mestrado - Teoria da Literatura |
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