Carta enviada pelo Conde de Nioac para o conselheiro João Alfredo Correia de Oliveira

Abstract

Trata demorada e minuciosamente da política financeira internacional, com relação ao Brasil. Começa dizendo que o mercado monetário de Londres melhorou, sendo bom para uma operação de conversão, como sugere o projeto dos Rotchilds. Refere-se ao Visconde de Figueiredo, que ainda se acha na Europa, chamando-o de "o homem mais perigoso do Brasil". Compara-o com o "Mauá"¹. Diz que "prima pela especulação, não olhando os meios" e o que deseja fazer para emitir contra em vigor. Estende-se sobre os negócios cambiais do Brasil, alertando para a posição que João Alfredo deve tomar para não ser depois afetado, quando o poder "infelizmente" passar para as mãos dos Dantas e Afonso Celsos. Esclareceu sobre as andanças do Visconde de Figueiredo, comentando que anda a "oferecer a venda da Estrada de Ferro de Pedro II" e refere-se que "antes era especulação do café e agora do açúcar refinado". Conclui dizendo que o Diário de Notícias tem feito "guerra desabrida" contra o Gabinete, o Imperador e a Princesa, que são "caluniados".