Determinantes sociais relacionados à doença renal crônica: o manejo da insuficiência renal na rede de atenção à saúde nos tempos do neoliberalismo.

Abstract

A política pública de saúde no Brasil é resultado de um movimento que buscou desenvolver a universalidade e integralidade no acesso à saúde da população do país. Por meio disso, a Rede de Atenção à Saúde se destaca como uma importante ferramenta no desenvolvimento dos processos de promoção, prevenção de agravos, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos e manutenção da saúde por meio dos níveis básico e especializado relacionados à Lei Orgânica da Saúde e a Constituição Federal de 1988. Nos últimos anos, a Doença Renal Crônica apresenta um aumento no número de casos referentes a internação e necessidade de tratamento dialítico emergencial, destacando a prevalência do público do sexo masculino, com ensino fundamental incompleto, identificação da raça/cor branca e com renda familiar de 1 a 2 salários mínimos. Ao analisar a ocorrência dos aumentos de casos tardios da Doença Renal Crônica e necessidade do tratamento de diálise, os portadores da doença tendem a enfrentar diariamente barreiras e dificuldades na continuação do tratamento, seja de forma clínica, social, emocional, econômica e política, com diminuição das práticas de intervenção do setor público e o aumento da interferência das ideias neoliberais na política de saúde brasileira.