A invisibilidade masculina no secretariado executivo: uma análise dos discursos e simbologias

Abstract

Existe a concepção social de que o Secretariado Executivo é uma profissão feminina, enquanto os homens possuem maior afinidade com outras áreas. Entretanto, as teorizações de gênero são ferramentas utilizadas para questionar esses "rótulos" naturalizados pela sociedade. Por esse motivo, esta pesquisa baseou-se em teóricos como Michel Foucault, Stuart Hall e Judith Butler para refletir sobre a pouca atuação masculina na área de Secretariado. Para isso, esta pesquisa científica tem por objetivo analisar a linguagem e as representações visuais como ferramentas para a construção de ideias que servem a determinado propósito: a manutenção da invisibilidade masculina. Para alcançá-lo, tal investigação orientou-se por um corpus duplo: material visual da plataforma Canva e anúncios de emprego dos sites Catho, Glassdoor e Indeed. Os resultados da análise revelaram que 84% das imagens e 86% dos títulos de vagas utilizam a forma feminina, mesmo quando a busca é por termos masculinos, evidenciando um "regime de verdade" que naturaliza a profissão como feminina. Por último, examinaram-se, no campo do discurso, as representações de gênero para verificar o processo relacional de poder e saber, concluindo que a invisibilidade masculina é um fenômeno discursivamente construído que sustenta distinções hierárquicas e impõe barreiras à identidade profissional dos homens na área.