Skip navigation
Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/66144

Compartilhe esta página

Registro completo de metadados
Campo DCValorIdioma
dc.contributor.advisorMAIZZA, Fabiana-
dc.contributor.authorMENDONÇA, Janine Ribeiro de-
dc.date.accessioned2025-09-23T15:19:45Z-
dc.date.available2025-09-23T15:19:45Z-
dc.date.issued2024-04-05-
dc.identifier.citationMENDONÇA, Janine Ribeiro de. Quando o Zemboa baixou : o testemunho de um evento limite pelas mãos de Mestra Irinéia e pelo barro do rio Mundaú. 2024. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2024.pt_BR
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/66144-
dc.description.abstractEste trabalho disserta sobre a escultura Árvore da vida, da artista quilombola alagoana Irinéia Rosa Nunes da Silva. A peça de barro apontada por Jairo Campos (2021) como uma narrativa visual da Mestra sobre como sua família sobreviveu à enchente de junho de 2010, que atingiu o quilombo do Muquém. O incidente foi resultado de uma série de intervenções humanas no curso do rio Mundaú: a construção de pequenas barragens particulares que cederam e avolumaram de forma inesperada as águas, provocando o que Isabelle Stengers (2000) define como “Intrusão de Gaia”. Na sanha por acúmulo de riquezas e exploração da terra, essas pequenas barragens são aqui apontadas como gatilhos do desenvolvimento, não no sentido do progresso, mas de desconexão do ser humano com a natureza, conforme aponta o pensador quilombola Antônio Bispo (2023). A Árvore da vida, objeto central de análise desta dissertação, nasce numa configuração completamente diferente de trabalhos anteriores de Mestra Irinéia. O exercício de levante dessa obra, que representa uma experiência coletiva, enriquece a subjetividade não somente da família nuclear da Mestra, mas de todo o Muquém, conforme aponta Alfred Gell (2018). Nós acreditamos na agência da obra, na voz, na subjetividade do barro, depois da perturbação do ambiente em questão, se comunicando com a artista. A matéria prima extraída das margens do Rio Mundaú, a quem os quilombolas chamam de rio Zemboa, é sensível a quaisquer alterações químico-físicas, visto que há relatos dos artistas do Muquém que detalham a exigência que essa argila demanda para ceder ao manejo e resistir ao fogo. Para tanto, a pesquisa parte da reaproximação com os interlocutores; uma pesquisa documental sobre como a narrativa da cheia foi construída pela imprensa nacional; como os governos dos estados de Pernambuco, onde fica a cabeceira do rio, e Alagoas, onde fica o Muquém, se esforçaram em se isentar de qualquer responsabilidade pela enchente creditando a imprecisão de dados à meteorologia, conduta observada em outros contextos pelo professor Renzo Taddei (2017). Só depois nos debruçamos sobre a obra propriamente dita. Um dos recursos acionados foi a produção de um texto audiodescritivo sobre um exemplar da Árvore da vida. A técnica da audiodescrição oportuniza o acesso de pessoas cegas e de baixa visão à obra, mas que aqui possui tanta importância quando uma filmagem ou uma gravação dentro da etnografia, sendo utilizada como um caminho para compreender melhor a subjetividade da mesma bem como da artista que a criou (Guedes, 2022).pt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.publisherUniversidade Federal de Pernambucopt_BR
dc.rightsopenAccesspt_BR
dc.rights.urihttps://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/pt_BR
dc.subjectAntropologiapt_BR
dc.subjectEnchentespt_BR
dc.subjectMuquém (União dos Palmares, AL)pt_BR
dc.subjectQuilombolaspt_BR
dc.subjectArtistaspt_BR
dc.subjectArte e antropologiapt_BR
dc.titleQuando o Zemboa baixou : o testemunho de um evento limite pelas mãos de Mestra Irinéia e pelo barro do rio Mundaúpt_BR
dc.typemasterThesispt_BR
dc.publisher.initialsUFPEpt_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.degree.levelmestradopt_BR
dc.contributor.advisorLatteshttp://lattes.cnpq.br/6808739751117878pt_BR
dc.publisher.programPrograma de Pos Graduacao em Antropologiapt_BR
dc.description.abstractxThis work discusses the sculpture "Tree of life" by the quilombola artist Irinéia Rosa Nunes da Silva from Alagoas, Brazil. The clay piece is described by Jairo Campos (2021) as a visual narrative by the Master about how her family survived the June 2010 flood that hit the Muquém quilombo. The incident was the result of a series of human interventions in the course of the Mundaú River: the construction of small private dams that gave way and unexpectedly increased the water volume, causing what Isabelle Stengers (2000) defines as the “intrusion of Gaia.” In the rush for wealth accumulation and land exploitation, these small dams are pointed out here as triggers of development, not in the sense of progress but of disconnection between humans and nature, as noted by quilombola thinker Antônio Bispo (2023). The "Tree of life," the central object of analysis in this dissertation, emerges in a completely different configuration from Master Irinéia's previous works. The creation of this piece, which represents a collective experience, enriches the subjectivity not only of the Master's nuclear family but of the entire Muquém, as pointed out by Alfred Gell (2018). We believe in the agency of the work, in the voice, in the subjectivity of the clay, after the environmental disturbance in question, communicating with the artist. The raw material extracted from the banks of the Mundaú river, which the quilombolas call the Zemboa river, is sensitive to any chemical-physical changes, as there are reports from Muquém artists detailing the demands that this clay requires to yield to handling and resist fire. Thus, the research starts by reconnecting with the interlocutors; a documentary research on how the narrative of the flood was constructed by the national press; how the governments of the states of Pernambuco, where the river's headwaters are located, and Alagoas, where Muquém is located, sought to absolve themselves of any responsibility for the flood, attributing data inaccuracies to meteorology, a conduct observed in other contexts by Professor Renzo Taddei (2017). Only then do we focus on the work itself. One of the resources used was the production of an audio-descriptive text about an example of the "Tree of life." The technique of audio description provides access to the work for blind and visually impaired people, but here it is as important as filming or recording within ethnography, being used as a way to better understand the subjectivity of the work as well as that of the artist who created it (Guedes, 2022).pt_BR
Aparece nas coleções:Dissertações de Mestrado - Antropologia

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
DISSERTAÇÃO Janine Ribeiro De Mendonca.pdf3,43 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Este arquivo é protegido por direitos autorais



Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons