Resistência à fratura de dentes anteriores extensamente comprometidos restaurados com pinos de fibra de vidro e protocolos biomiméticos: estudo comparativo in vitro

Abstract

A fibra de polietileno e os pinos de fibra de vidro são utilizados como retentores intrarradiculares, porém há poucos estudos que avaliem seu desempenho em dentes anteriores com extensa perda estrutural. Este estudo teve como objetivo comparar a resistência e o tipo de fratura de dentes anteriores tratados endodonticamente, restaurados com pino de fibra de vidro, técnica biomimética com fibra de polietileno e resina composta direta. Quarenta dentes ântero-superiores hígidos foram selecionados, tratados endodonticamente, padronizados quanto à coroa clínica e distribuídos aleatoriamente em quatro grupos (n=10): controle (GC), resina composta (RRC), fibra de polietileno (RFP) e pino de fibra de vidro (RPFV). As restaurações seguiram protocolos clínicos específicos, utilizando sistema adesivo universal em todos os grupos. A resistência à fratura foi testada em máquina de ensaio universal com carga compressiva a 45 graus (1 mm/min), e os padrões de fratura foram analisados em estereomicroscópio, classificando-as como reparáveis ou catastróficas. Os dados foram analisados por ANOVA e teste exato de Fisher (p<0,05). O GC apresentou a maior média de resistência (844,06 N), seguido por RFP (737,94 N), RPFV (697,17 N) e RRC (482,92 N), com diferença significativa entre RRC e os demais (p<0,001). Não houve diferença significativa entre os grupos quanto ao tipo de fratura (p>0,05), embora a maioria das fraturas catastróficas tenha ocorrido em RFP. Conclui-se que pinos de fibra de vidro e fibras de polietileno proporcionam maior resistência à fratura e padrão reparável, sendo opções eficazes para dentes anteriores destruídos, com fibra de polietileno oferecendo menor desgaste e facilidade em reintervenções endodônticas.