Risco de ulceração em membros inferiores de pessoas com diabetes mellitus e fatores associados

Abstract

INTRODUÇÃO: O diabetes mellitus é uma condição crônica que pode ocasionar complicações graves, como ulcerações em membros inferiores (MMII), representando importante fator de morbidade e risco de amputações. A avaliação precoce de sinais clínicos e de práticas de autocuidado é fundamental para reduzir tais complicações. Nesse contexto, torna-se essencial identificar fatores associados ao risco de ulceração em pessoas com diabetes atendidas na atenção básica. OBJETIVO: Avaliar o risco de desenvolvimento de ulcerações nos MMII em pessoas com diabetes atendidas pela atenção básica de saúde em Vitória de Santo Antão-PE, bem como identificar os fatores associados. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, descritivo-exploratório e quantitativo, realizado entre novembro e março de 2025. A coleta de dados ocorreu por meio da Ficha de avaliação clínica em MMII para prevenção do pé diabético. A amostra foi composta por 60 participantes, avaliados quanto a fatores de risco, manifestações clínicas, alterações de sensibilidade e práticas de autocuidado. RESULTADOS: Constatou-se que a maioria dos participantes tinha DM2, com menos de dez anos de evolução, sendo frequentes a baixa acuidade visual e o uso de calçados inadequados. As manifestações clínicas mais relatadas foram fraqueza nas pernas, claudicação, fissuras podais e pele seca. Quase todos apresentavam risco de ulceração, sobretudo em grau 2, associado a práticas de autocuidado inadequadas. DISCUSSÃO: Os achados revelam elevada prevalência de fatores de risco e alterações de sensibilidade relacionadas a neuropatia diabética e doença arterial periférica. O autocuidado deficiente potencializa o surgimento de lesões ulcerativas. Destaca-se a necessidade da avaliação clínica periódica e de medidas preventivas contínuas. CONCLUSÃO: A pesquisa evidenciou risco significativo de ulcerações, com predominância de casos em grau avançado. As falhas no autocuidado reforçam a importância de estratégias educativas e preventivas. Ressalta-se a necessidade de a Atenção Primária implementar o rastreamento clínico dos pés como prática rotineira.