Efeitos do extrato etanólico da casca do umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) sobre os parâmetros murinométricos e musculares da prole de ratas submetidas à dieta hipoproteica

Abstract

A má nutrição no período perinatal pode implicar em desbalanços no ambiente uterino, estando atrelada a maiores riscos de desenvolvimento de doenças crônicas na prole na vida adulta. Nesse sentido, buscou-se avaliar se o extrato etanólico da casca do umbuzeiro é capaz de mitigar efeitos deletérios nos parâmetros murinométricos e musculares de mães submetidas à desnutrição proteica durante a gestação. O estudo teve o objetivo de avaliar os efeitos da ingestão do extrato etanólico da casca de Spondias tuberosa Arruda durante a gestação, sobre o músculo esquelético da prole de ratas submetidas à dieta hipoproteica. Foram formados três grupos, sendo um normonutrido (DCMat) e dois com restrição proteica (DHMat e DHMat-Umbu). A administração do extrato (0,5g/Kg) ocorreu via gavagem, durante a gestação, para um dos grupos em restrição proteica, e os demais receberam gavagem com o veículo, na mesma proporção. A eutanásia da prole ocorreu no 90° dia pós natal. Os parâmetros avaliados foram peso corporal, indicadores murinométricos, peso e massa seca dos músculos sóleo, EDL, gastrocnêmio e tibial anterior e conteúdo de glicogênio dos músculos sóleo e EDL. Foi observado que tanto no período da lactação, quanto após o desmame, a prole do grupo DHMat teve peso inferior em relação ao grupo DCMat (redução de 41% e 17, respectivamente), sem diferenças no peso da prole DHMat-Umbu em ambos os períodos. Quanto aos indicadores murinométricos foi observado que para a circunferência torácica, a prole do grupo DHMat teve uma redução de 14% quando comparada à prole DCMat, o que também ocorreu com a circunferência abdominal e eixo longitudinal, que apresentaram redução de 20% no período de 7 aos 21 dias de vida e de 21% do 7º ao 30° DPN, respectivamente, entre os mesmos grupos, e sem diferenças para o grupo DHMat-Umbu. Quanto ao peso dos músculos, de forma geral, não houve diferença entre os grupos, com exceção dos pesos úmido e seco do gastrocnêmio, que foram reduzidos em 12% no grupo DHMat-Umbu comparado ao grupo DHMat. Para o conteúdo de glicogênio muscular, não houve diferença entre grupos para o músculo EDL, todavia, no músculo sóleo foi observado que o grupo DHMat-Umbu teve um aumento de 62% quando comparado ao grupo DHMat. A restrição proteica durante a gestação comprometeu o crescimento e os parâmetros musculares da prole, evidenciando os impactos negativos da subnutrição precoce. A administração do extrato etanólico da casca de Spondias tuberosa atenuou esses efeitos, preservando o comprimento da cauda e a reserva de glicogênio muscular.