EFEITOS DA GESTAÇÃO E AMAMENTAÇÃO EM MÃES ESQUISTOSSOMÓTICAS EM CAMUNDONGOS DESCENDENTES PORTADORES DE CARCINOMA DE EHRLICH: Avaliação da expressão de genes pró e anti-inflamatórios

Abstract

A esquistossomose materna pode modular a imunidade da prole frente a antígenos heterólogos. Neste contexto, este estudo, investigou os efeitos da gestação e da amamentação por mães esquistossomóticas na resposta imunológica antitumoral de camundongos adultos, com ênfase na expressão de genes pró e anti-inflamatórios. Para isto, camundongos fêmeas foram infectadas com Schistosoma mansoni (20 cercárias) e acasaladas no 60º dia de infecção. Após o nascimento, parte dos filhotes tiveram suas mães trocadas, formando os grupos experimentais AI-CE (amamentados por mães infectadas), MI-CE (nascidos de mães infectadas, amamentados por mães não infectadas), outra parte foi amamentada em suas próprias mães infectadas e nas não infectadas, MIAI-CE e CONTROLE-CE, respectivamente. Quando adultos, foi implantado o carcinoma de Ehrlich (sub-axilar). Avaliaram-se peso corporal, taxa de sobrevida, crescimento tumoral e expressão gênica das moléculas IL-6, TNF-α, IL-35, TGF-β, PD-L1, FIZZ e ARG em esplenócitos cultivados com ou sem mitógeno. Comparado ao CONTROLE-CE, o grupo AI-CE apresentou menor peso corporal, maior sobrevida (86%) e aumento basal de IL-6, TNF-α, PD-L1 e FIZZ, mas não sob ativação mitogênica. Os grupos MI-CE e MIAI-CE exibiram maior expressão de TGF-β e IL-35. A expressão de PD-L1 e ARG foi maior no grupo CONTROLE-CE e menor nos grupos experimentais. Então, os dados indicam que a amamentação em mães esquistossomóticas pode melhorar a sobrevida dos descendentes, por diminuírem mecanismos deletérios IL-6- e TNF-α-dependentes, sob ativação celular, enquanto a gestação induz citocinas imunossupressoras associada à progressão tumoral.