A Territorialização do trap pernambuco a partir das mídias digitais

Abstract

O trap, subgênero do rap originado em Atlanta, nos Estados Unidos, tem se expandido no Brasil e ganhando características singulares, especialmente em Pernambuco, onde artistas incorporam elementos tradicionais e representativos da cultura local, como maracatu, frevo, brega funk e manguebeat. Essa fusão sonora e visual impulsiona a construção de uma identidade musical própria, fortalecendo a representatividade cultural do estado no cenário do trap nacional e mundial. Esta pesquisa analisa o trap pernambucano como uma cena musical emergente, tendo como foco a trajetória do trapper Mago de Tarso. A partir do método qualitativo, investiga-se como a territorialização e a performance artística contribuem para sua ascensão, promovendo a valorização das raízes nordestinas e ampliando o reconhecimento da cultura periférica local. Além disso, o estudo destaca o impacto das mídias digitais — especialmente TikTok, YouTube e a ferramenta Reels do Instagram — na difusão dessa nova forma de construir música e na consolidação de artistas independentes. Essas redes sociais desempenham um papel fundamental na construção da imagem e no alcance do público, redefinindo estratégias de divulgação e engajamento na música contemporânea. A pesquisa demonstra que, mais do que um fenômeno musical, o trap pernambucano se configura como uma expressão de identidade e resistência, ressignificando elementos locais e ampliando sua projeção no cenário nacional. Dessa forma, o estudo contribui para a compreensão das dinâmicas entre música, tecnologia e territorialidade, evidenciando como o trap tem se estabelecido como uma nova forma de representação artística e social no Brasil.