Uso de métodos e ferramentas da qualidade na análise da produção industrial de uma fábrica de detergente em pó

Abstract

O detergente em pó, introduzido na década de 1930, transformou os métodos de limpeza doméstica e industrial, criando um ambiente competitivo no mercado. Para se manter relevante, muitas empresas implementam o Sistema de Gestão Integrado (SGI), com foco no Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), visando garantir a conformidade com normas, otimizar processos e aumentar a satisfação do cliente. No âmbito regional, a ASA Indústria e Comércio, referência no setor de detergentes em pó, demonstra um forte compromisso com a qualidade e enfrenta a necessidade de manter o peso dos pacotes dentro dos limites estabelecidos, a fim de evitar prejuízos e danos à sua reputação. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo analisar o processo de envase do detergente em pó por meio do uso de ferramentas da qualidade e comparar os resultados com modelos teóricos, avaliando o comportamento da produção por máquina e identificando oportunidades de melhoria a partir dessas análises. Este estudo concentra-se no SGQ, destacando a importância das sete ferramentas da qualidade, que incluem: carta de controle, diagrama de Pareto, diagrama de dispersão, folha de estratificação, folha de verificação, histograma e diagrama de causa e efeito. Este último foi utilizado para determinar possíveis interferências operacionais nos dados e auxiliar na estratificação das informações. Dentre essas ferramentas, a construção do histograma se destaca, utilizando quatro métodos distintos para o cálculo do intervalo de classes (k): Raiz, Scott, Sturges e Freedman-Diaconis (FD). Essas ferramentas foram essenciais para a análise dos dados coletados, permitindo uma visualização clara da distribuição dos pesos dos sachês. A estratificação dos dados foi realizada com base na NBR 5426/1985, que define planos de amostragem, resultando na seleção de 9.664 dados iniciais distribuídos por quatro maquinários. A partir desses dados, foram elaborados histogramas comparativos, possibilitando a identificação da melhor conformidade com o modelo de FD. Ao analisar cada maquinário, apenas um foi aprovado, e o modelo de FD não se mostrou satisfatório para nenhum deles devido à menor quantidade de dados disponíveis. Contudo, foi possível avaliar o comportamento da produção com base na análise dos quartis e na natureza das amostras rejeitadas. Assim, a produção de sachês de detergente em pó da ASA indicou uma distribuição homogênea e alinhada às probabilidades estatísticas, embora tenha revelado algumas interferências operacionais e inconsistências na pesagem. As máquinas apresentaram tendência de superdosagem, mas é importante ressaltar que essa condição não apresenta risco ao consumidor. Diante disso, recomenda-se a implementação de um ciclo PDCA voltado para essas máquinas, com o objetivo de investigar as causas-raiz da superdosagem e promover um controle mais eficiente da produção, assegurando a competitividade da empresa e um aumento no retorno financeiro.