Impactos do consumo de alimentos ultraprocessados no estado nutricional de crianças do Brasil: uma revisão sistemática

Abstract

Introdução: O consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) entre crianças tem aumentado nas últimas décadas, impulsionado por mudanças no padrão alimentar, industrialização e estratégias de marketing voltadas ao público infantil. Esses produtos, ricos em açúcares, gorduras e aditivos, vêm substituindo refeições tradicionais, contribuindo para o crescimento da obesidade infantil e de doenças crônicas como diabetes tipo 2 e dislipidemias. Objetivo: Esta revisão tem como finalidade analisar os impactos do consumo de AUP sobre o estado nutricional (peso, altura, escala de silhueta corporal, Escore z do IMC para idade, índice de estatura para idade (E/I), Índice de Massa Corporal para idade (IMC/I), Índice de massa corporal (IMC), Circunferência da cintura (CC), Relação cintura-estatura (RCE), circunferência da cintura) de crianças do Brasil. Método: O protocolo desta revisão sistemática foi submetido e aceito ao Registro Prospectivo Internacional de Revisões Sistemáticas (Próspero) Número de registro: CRD420251006300. Foi realizada uma revisão sistemática com base na estratégia PICOS para estruturar a questão de pesquisa e definir critérios de inclusão. Foram considerados estudos experimentais e observacionais envolvendo crianças de até 12 anos, publicados nos últimos cinco anos. As buscas ocorreram nas bases PubMed, LILACS, Scopus e Web of Science, utilizando descritores controlados. As informações coletadas incluem idade, frequência de consumo alimentar, além de indicadores do estado nutricional. A análise foi conduzida de maneira crítica e sistemática. Resultados: Inicialmente, 620 estudos foram identificados, mas apenas 7 preencheram todos os critérios de elegibilidade. As pesquisas incluídas revelaram alta frequência de consumo de AUP, mesmo entre crianças pequenas, associada a hábitos alimentares inadequados e exposição excessiva a telas. Os resultados apontaram vínculos entre consumo elevado de AUP, excesso de peso, dislipidemias e obesidade central, além de forte influência da publicidade. Conclusão: O consumo de AUP na infância está relacionado a prejuízos nutricionais importantes. Torna-se urgente promover políticas públicas e ações educativas que incentivem escolhas alimentares saudáveis desde a infância. PALAVRAS-CHAVE: Criança. Consumo Alimentar. Alimentos Processados. Estado Nutricional.