Sinto saudades, já não me recordo porquê: a construção de uma narrativa visual sobre memória afetiva conduzida por cores.

Abstract

Este trabalho concerne a produção de um projeto editorial de fotolivro, que tem como temática a memória afetiva e utiliza as cores como condutor estético da narrativa visual. No cenário de publicações independentes, principalmente em Pernambuco que possui leis de incentivo e fomento a produções culturais, o fotolivro tem ganhado espaço e se tornado um dos meios principais para fotógrafos e artistas visuais mostrarem seus trabalhos. A pesquisa deste trabalho se debruça sobre os três pilares principais deste projeto: a narrativa visual, a memória afetiva e a cor. Nesse sentido, a narrativa visual é um fator crucial de um fotolivro, sendo este o norte para todo o projeto editorial. Neste projeto, a partir do entendimento de narrativas visuais, foi o momento de entender sobre memória afetiva a partir das perspectivas bergsoniana e walloniana respectivamente, e como a fotografia se entrelaça a memórias e afetos a partir das campanhas publicitárias realizadas pela Kodak em seu auge. A cor é um elemento que provoca efeito sinestésico, nos fazendo recordar memórias por meio dos sentidos, por esse motivo ela é um recurso importante utilizado em obras cinematográficas e por fotógrafos em seus trabalhos, e é neste aspecto que a cor se insere neste projeto. A metodologia abordada foi a de Bruno Munari (2002), do seu livro Das coisas nascem coisas (2002), que se constitui de doze etapas para a realização de um projeto. O produto final deste trabalho, foi um projeto editorial de um fotolivro intitulado Sinto saudades, já não me recordo porquê, resultante desta pesquisa e que se compõe de uma narrativa subjetiva, que faz alegoria as memórias, afetos e cores.