Olinda-postal em rotas do patrimônio: a percepção da paisagem no caminho do olhar

Abstract

Compreendendo a importância da paisagem para a conservação do Sítio Histórico de Olinda, Patrimônio Mundial da UNESCO, este trabalho explora possibilidades de percepção de paisagem a partir dos estudos de Simmel, Berque, Besse, Collot, Cullen, Careri e Veras, que ajudaram a definir o olhar e o caminhar como estratégias de apreensão de Olinda patrimonial. Ao olhar, associa-se a necessidade de se definir pausas e ao caminhar, associa-se a identificação de um percurso, fechando o circuito de uma Rota Patrimonial de Olinda-postal composta de pausas e percurso. Para isso, foi desenvolvida uma análise que conecta experiências visuais e percursos históricos da cidade, a partir do levantamento de representações iconográficas do século XVI ao XXI e um breve estudo a respeito dos roteiros turísticos, religiosos e carnavalescos existentes na cidade. Isso possibilitou a estruturação de um questionário aplicado a um conjunto de 20 pessoas, composto por guias turísticos, profissionais de preservação, moradores do SHO e visitantes ocasionais, adotando-se análise de conteúdo para análise dessas entrevistas. Assim, com os estudos teóricos, os levantamentos de imagens históricas, as caminhadas de exploração da paisagem e a ausculta da população, consolidou-se a definição de uma rota do patrimônio, como um caminho do olhar que identifica pontos de pausa e sugere um percurso que revela a essência da paisagem de Olinda, estimulando uma conscientização mais profunda para sua preservação. A pesquisa busca, assim, oferecer uma contribuição teórica e prática à conservação do Sítio Histórico de Olinda, propondo como estratégia a definição de um procedimento metodológico para definição de um dos roteiros possíveis de exploração de Olinda patrimonial. Dessa forma, espera-se que o resultado contribua para práticas de gestão mais eficazes e uma maior conscientização da população sobre a importância da conservação da paisagem patrimonial do Sítio Histórico de Olinda, tendo o olhar como um instrumento de percepção, vivência, educação e valorização do patrimônio.