Estado mental de idosas que participam de sessões de dança

Abstract

O fenômeno do envelhecimento da população representa uma realidade crescente que apresenta desafios significativos para a prestação de cuidados de saúde abrangentes para os idosos, especialmente no que diz respeito à saúde mental. O risco de doenças mentais, como a depressão e a ansiedade, aumenta com a idade, sendo essas condições influenciadas por fatores cognitivos, físicos e sociais, incluindo o isolamento social e a perda de entes queridos. Este estudo tem como objetivo avaliar o estado mental de mulheres idosas que participam de sessões de dança, investigando seus efeitos sobre a saúde mental. Este estudo caracteriza-se como um estudo observacional descritivo de corte transversal envolvendo 24 mulheres idosas (com 60 anos ou mais) residentes em Vitória de Santo Antão, Pernambuco. Foram formados dois grupos: O Grupo 1 era composto por mulheres que haviam participado de sessões de dança (duas vezes por semana, durante 50 minutos, nos seis meses anteriores), enquanto o Grupo 2 era composto por mulheres que não praticavam atividades físicas. Foram utilizados 3 instrumentos para avaliar sintomas de depressão e ansiedade, incluindo questionários sociodemográficos, a Escala de Depressão Geriátrica (GDS-15) e o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI). Os resultados indicam que o grupo de praticantes de dança idosos tem predominantemente entre 60 e 79 anos, sendo que 8,33% dos participantes não sabem ler e 41% têm renda inferior a um salário-mínimo. Esse grupo tinha uma proporção maior de mulheres com companheiros ou viúvas (41,68%). O grupo controle, composto predominantemente por mulheres idosas com 80 anos ou mais, apresentou uma taxa de alfabetização de 58,33% e uma renda que também era predominantemente inferior a um salário-mínimo. A composição demográfica do grupo controle foi dividida igualmente entre mulheres solteiras e viúvas. Com relação aos resultados de saúde mental, o grupo de dança demonstrou uma incidência menor de depressão (0%), enquanto o grupo controle apresentou 41,67% dos casos. A única exceção foi a maior incidência de problemas relacionados à chikungunya e ao novo vírus, SARS-CoV-2, entre as mulheres idosas que praticavam dança. Esse estudo mostra definitivamente que as mulheres idosas que participam de sessões regulares de dança têm um estado mental melhor, com níveis mais baixos de ansiedade e depressão em comparação com o grupo de controle. Esses resultados estão claramente relacionados a fatores sociodemográficos, indicadores de saúde e outros aspectos que exigem mais investigação. É fundamental continuar a pesquisa, ampliar a amostra e contribuir para o avanço dos estudos sobre o estado mental de mulheres idosas envolvidas em atividades de dança.