Polifenóis naturais que atenuam os efeitos deletérios da hipertensão arterial em ratos: uma revisão integrativa

Abstract

Introdução: A hipertensão arterial (HA) é uma doença crônica não transmissível (DCNT) e um dos principais fatores de risco para a morbimortalidade cardiovascular, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). A fisiopatologia da HA está relacionada a desregulações em processos fisiológicos que controlam a pressão arterial (PA), sendo o estresse oxidativo um denominador comum. O tratamento geralmente envolve o uso de anti-hipertensivos convencionais, que, embora eficazes, apresentam limitações, como baixa adesão dos pacientes e efeitos colaterais. Nos últimos anos, houve um aumento no interesse por produtos naturais, como os polifenóis, que possuem reconhecidas atividades medicinais e nutricionais. Esses compostos têm se mostrado promissores na busca por substâncias capazes de reduzir a PA e/ou minimizar os efeitos deletérios da HA. Objetivo: Avaliar as evidências disponíveis na literatura sobre polifenóis naturais que reduzem os efeitos deletérios da HA em diferentes modelos experimentais de hipertensão em ratos. Metodologia: Realizou-se uma busca por publicações entre os anos de 2014 a 2024 nas bases de dados PUBMED, BVS e SCIELO, utilizando os idiomas inglês e português. Os descritores que foram usados neste trabalho são: “hypertension”, “polyphenol”, “anti-hypertensive” e “rats”. Resultados: A revisão incluiu 42 publicações, as quais identificaram 14 polifenóis com atividade biológica sobre parâmetros relacionados à HA. Além disso, foram relatados 17 modelos animais utilizados para estudar a hipertensão. A análise permitiu identificar os diferentes mecanismos de ação dos polifenóis sobre o aumento sustentado da PA. Conclusão: Dentre os 14 polifenóis identificados, o mais amplamente estudado foi o resveratrol. Além disso, os mecanismos mais comuns entre os compostos fenólicos frente à hipertensão foi a redução da disfunção endotelial e do estresse oxidativo, em consequência do aumento da atividade da óxido nítrico sintase (NOS) e da biodisponibilidade de óxido nítrico (NO), bem como da atenuação da produção de espécies reativas de oxigênio (ROS), da diminuição da atividade da NADPH oxidase e da elevação da ação das enzimas antioxidantes.