Análise do tempo de payback de sistemas fotovoltaicos conectados à rede classificados como GD II

Abstract

Nos últimos anos, a energia solar fotovoltaica se tornou a principal fonte da geração distribuída no Brasil, ultrapassando a marca de 4 milhões de unidades consumidoras segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Energia Elétrica. Entre os principais fatores que contribuem para impulsionar a implantação de um Sistema Fotovoltaicos Conectado à Rede, o que mais se sobressai é o tempo de retorno do investimento (payback) significativamente menor quando comparado à vida útil dos equipamentos do gerador ou da usina solar. Entretanto, recentes mudanças no contexto regulatório da Geração Distribuída no Brasil introduzidas pela Lei 14.300 de 2022 ocasionaram um ambiente de incertezas e dúvidas no setor de energia solar. Os consumidores passaram a questionar se ainda valeria a pena investir em energia solar, já que a tarifa de energia elétrica não seria mais compensada integralmente. Nos moldes da nova regulação, a unidade consumidora, que possui um sistema fotovoltaico conectado à rede, compensa totalmente a parcela da tarifa relacionada à geração da eletricidade, porém precisa remunerar a concessionária de energia pela injeção de energia na rede e posteriormente compensada, através do pagamento do Fio B. Foi estipulado que a distribuidora de energia deve faturar o maior valor entre a taxa de disponibilidade do cliente e a parcela do Fio B sobre a energia compensada para clientes do grupo B. Por essas razões, é de extrema importância avaliar o impacto gerado, bem como entender as novas regras estipuladas. Através de dados reais de uma usina solar em pleno funcionamento, avaliou-se o impacto no seu payback caso a unidade fosse classificada como GD II. A análise consistiu em determinar-se a economia gerada pelo sistema e o tempo de payback de acordo com as regras da REN 482/2012 (GD I) e posteriormente com as regras da Lei 14.300 (GD II). A fim de verificar a influência do perfil de consumo no payback, alterou-se a simultaneidade consumo à geração e determinou-se a economia gerada por essa mesma usina seguindo as regras de compensação como GD II. Após a análise das três situações, fez-se uma comparação entre elas para avaliar a real influência da Lei 14.300.