A licenciatura em matemática como modo de subjetivação do devir docente.

Abstract

Os cursos de Licenciatura em Matemática são recentes no Brasil, quando comparados ao início do ensino desta disciplina, instituídos somente na década de 30. Sua história é marcada por diversas iniciativas de transformação. Contudo, muitos desses desejos de mudança não se concretizaram e o antigo, que buscou-se superar, encontra-se cristalizado na configuração atual desses cursos. Funcionando, muitas vezes, como condicionantes da identidade docente. Mediante a priorização da apreensão exagerada de conteúdos próprios da Matemática e da ausência de relacionamento destes conhecimentos para com as técnicas de ensino e as reais demandas da atividade docente. Ao passo que escamoteia discussões imprescindíveis para o oferecimento de uma Educação Básica mais efetiva, sob a convenção de que professores de Matemática precisam de uma sólida formação técnica nesta disciplina. Intencionando estudar esse fenômeno a partir da etapa da formação de professores, que é compreendida pela graduação, e possibilitando a visualização dessa temática por novos ângulos, norteamo-nos com o seguinte problema de pesquisa: “Como as concepções de alguns estudantes de Licenciatura em Matemática são influenciadas por modos de subjetivação construídos a partir da estruturação desse curso?”. Com o objetivo de: Descrever como as concepções de alguns estudantes de Licenciatura em Matemática, sobre o devir docente, são influenciadas por modos de subjetivação construídos a partir da estruturação desse curso. Fundamentamos nossa análise e interpretação dos dados da pesquisa por meio de operadores conceituais estudados na Filosofia da Diferença, a saber: subjetividade, modos de subjetivação, cuidado de si, devir, entre outros. A pesquisa foi realizada com 05 (cinco) estudantes do curso de Licenciatura em Matemática da UFPE, ofertado no Centro Acadêmico do Agreste (CAA), que estavam próximos da conclusão de sua graduação. Como instrumento de produção de dados utilizamos um questionário, contendo questões objetivas e subjetivas. Os resultados mostraram que o curso do CAA também se encontra mergulhado nessa lógica de enaltecer aspectos conteudistas e técnicas de ensiná-los. Ao mesmo tempo que, esperançosamente, apresenta pontos de resistência que proporcionam novos itinerários de formação, com a construção de um docente diferente. Conectado, verdadeiramente, com o seu devir docente e com a promoção de uma Educação Libertadora.