Modelo didático de Taenia solium e T. saginata para estudantes com baixa visão

Abstract

O consumo de carne de porco ou de boi com cisticercos viáveis resulta, respectivamente, no desenvolvimento dos vermes adultos Taenia solium ou T. saginata, que são responsáveis pela doença teníase, a qual envolve a fixação dos vermes adultos na parede do intestino delgado humano, onde podem permanecer em infecções de longa duração, que geralmente são assintomáticas. No Brasil, essas infecções são problemas de saúde pública, especialmente em áreas com saneamento precário, como Pernambuco, que registrou 10,4% dos casos em 2024. A prevenção inclui a implementação de políticas públicas e diversas estratégias de sensibilização dos educandos que ultrapassem os limites dos livros didáticos, os quais ainda não contemplam os indivíduos com deficiência visual. Para facilitar o trabalho dos profissionais da educação e saúde na sensibilização das pessoas com baixa visão quanto a possibilidade de desenvolver a teníase, foram criados modelos tridimensionais dos vermes adultos com superfície externa em crochê, contendo particularidades nos escólex e na porção final dos helmintos, onde as proglotes apresentam dimensões distintas e sofrem apólises características, que possibilitam a distinção das espécies por meio do tato. Também é possível distinguir as tênias pressionando as proglotes uma vez que internamente foram adicionadas taxas para simular os órgãos do sistema reprodutor masculino (proglotes jovens), taxas e botões em Domo para simular a porção do estróbilo que é hermafrodita (proglotes maduras) e miçangas enfileiradas para representar a presença dos ovos distribuídos em um útero ramificado (proglotes grávidas). Para garantir a reprodutibilidade dos materiais, foi desenvolvido um manual virtual, com acesso gratuito, hospedado no Blog da Parasitologia – UFPE/CAV. Embora o material não tenha sido cientificamente validado entre indivíduos com baixa visão, acredita-se que essa ferramenta possa auxiliar na compreensão de como esses vermes adultos podem não só parasitar o corpo humano, mas também como conseguem contaminar o meio ambiente e os respectivos hospedeiros intermediários, trazendo consequências que podem ser desastrosas na Medicina Veterinária e ainda interferir na comercialização das carnes, destinadas ao consumo humano, nos mercados nacionais e internacionais.