Análise do plano hidroambiental da bacia do rio Capibaribe (2010-2025) frente aos indicadores dos objetivos de desenvolvimento sustentável com uso de inteligência artificial

Abstract

O trabalho analisa o Plano Hidroambiental da Bacia do Rio Capibaribe (2010-2025), focalizando sua implementação em relação aos indicadores elaborados pelo IBGE dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU. O objetivo central é avaliar qualitativa e quantitativamente o progresso alcançado na execução dos Planos de Investimentos do PHA Capibaribe, verificando a congruência das ações realizadas com os indicadores dos ODS. A pesquisa utiliza uma abordagem mista, combinando métodos qualitativos e quantitativos, com coleta de dados por meio de questionários aplicados aos membros do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Capibaribe, assim como órgãos estaduais como a APAC (Agência Pernambucana de Águas e Clima). Os resultados revelam que, embora algumas ações tenham sido iniciadas, o progresso tem sido limitado e insuficiente para alcançar os objetivos inicialmente propostos. O ODS 6 (Água Potável e Saneamento), que busca garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos, é o mais atendido. Entretanto, a maioria dos outros ODS relacionados à bacia, como os ODS 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis) e ODS 15 (Vida Terrestre), apresenta baixo nível de implementação. A pesquisa destaca obstáculos como a escassez de recursos financeiros, o fraco apoio governamental, e a falta de articulação entre os órgãos responsáveis, resultando em atrasos na execução das ações planejadas e desafios estruturais na gestão. Além disso, a análise das respostas dos questionários aponta para a necessidade de revisões estratégicas. Os entrevistados indicaram que é crucial revisar as prioridades do plano, ajustar a alocação de recursos e fortalecer a gestão integrada dos recursos hídricos para superar os desafios e garantir a sustentabilidade a longo prazo. A integração dos indicadores dos ODS à gestão da bacia pode também aprimorar o monitoramento dos resultados e assegurar maior transparência e eficiência na implementação do plano, permitindo um alinhamento mais robusto com as metas globais da Agenda 2030. Por fim, a pesquisa sugere que medidas adicionais de governança e participação comunitária sejam adotadas para garantir um envolvimento mais ativo de todas as partes interessadas na preservação e gestão dos recursos hídricos.