Estudo farmacobotânico, fitoquímico e composição centesimal dos órgãos vegetativos das plantas alimentícias não convencionais : Plantago major L. (tanchagem) e Xanthosoma maximilianii Schott (taioba)

Abstract

Plantago major L. e Xanthosoma maximilianii Schott são Plantas alimentícias não convencionais (PANC). Pertencentes à família Plantaginaceae e Araceae respectivamente, conhecidas como tanchagem e taioba. São de fácil cultivo, encontradas em jardins e quintais. Apesar de ser uma alternativa de baixo custo para diversificação alimentar, existem poucos estudos referentes as partes que contenham componentes necessários para a dieta e aos benefícios para a saúde e uso medicinal medicinais associados ao consumo dessas plantas. O objetivo deste trabalho foi realizar análise farmacobotânica, histoquímica, fitoquímica, verificar teor de oxalato de cálcio e composição centesimal destas espécies. A análise anatômica realizada através de cortes de secções transversais da raiz, rizoma, pecíolo, lâmina foliar, quando necessário escapo floral e secções paradérmicas da lâmina foliar, para viabilizar a identificação e caracterização os estudos foram conduzidos em microscopia de luz, polarizada e eletrônica de varredura. Para análise histoquímica, foram utilizados diferentes reagentes, de acordo com o metabólito pesquisado. Para as plantas foram verificados a prospecção fitoquímica por cromatografia em camada delgada. Foram realizadas análises da extração e quantificação dos cristais de oxalato de cálcio das lâminas foliares por titulação. E quantificado o teor de umidade, cinzas totais, proteínas, extrato etéreo e carboidratos por diferença através de métodos do instituto Adolf Lutz. Foram descritas estruturas anatômicas que fornecem o diagnóstico detalhado das espécies estudadas. Por meio das técnicas histoquímicas para P. major L. na raiz foram identificados bioativos como alcaloides, mucilagens, lignina, pectinas, proteínas. E na lâmina foliar alcaloides, mucilagem, compostos fenólicos, proteínas, pectinas e ligninas. No rizoma de X. maximilianii evidenciou-se a presença de alcaloides, compostos lipofílicos, ligninas, pectinas, proteínas, triterpenos e esteroides. Para a lâmina foliar, foram observados amido, compostos fenólicos e lipofílicos, além de proteínas, mucilagem, pectinas, ligninas e cristais de oxalato de cálcio. A análise fitoquimica possibilitou a identificação de P. major L. mono e sesquiterpenos, triterpenos e flavonoides. Para X. maximilianii apresentou mono e sesquiterpenos, triterpenos e esteroides, flavonoides e glicosídeos. Todos os caracteres descritos apontam para a importância da caracterização morfoanatômica, assim como da identificação dos metabólitos através da histoquímica mostrando-se assim úteis na identificação desses caracteres na espécie. O teor médio de oxalato solúvel não foi considerado tóxico para a dieta, porém pode interferir na disponibilidade de cálcio. A composição centesimal possibilitou identificação do teor de umidade, cinzas, proteínas, carboidratos, extrato etéreo para ambas espécies., P. major L. e X. maximilianii destacaram-se pelo alto teor de proteínas comparado a outras hortaliças convencionais. Devido à escassez sobre a caracterização farmacobotância, composição química, centesimal e necessidade de divulgar e valorizar as PANC, foram realizadas a condução deste trabalho sobre P. major L. e X. maximilianii Schott. Com isso, através da identificação e caracterização das espécies, pode-se direcionar o uso como alimento funcional ou fins medicinais. Por tanto, ampliando as informações cientificas dos órgãos vegetativos presentes nas espécies.