Um manifesto de rebeldia: porque jogo também é arqueologia!

Abstract

Não é fácil falar sobre o que é Arqueologia ou o que faz um arqueólogo, principalmente porque a ciência arqueológica está sempre passando por mudanças teórico-metodológicas para se adequar ao tempo e ao espaço no qual está inserida. Essa pluralidade não é ruim, pelo contrário, abre diversas possibilidades de estudo e ajuda a compreender melhor a sociedade humana, em especial quando se leva em consideração diversos aspectos e pontos de vista. Apesar disso, essa diversidade arqueológica dificilmente atinge as pessoas de fora da área, basta olhar para as produções midiáticas, que em grande parte continuam a reproduzir o arquétipo do arqueólogo Indiana Jones, algo que não condiz com a realidade, porém que está enraizado no imaginário popular. Dessa maneira, se faz necessário que a Arqueologia busque meios diferenciados para alcançar e cativar as pessoas, meios como por exemplo o Archaeogaming, a Arqueologia dos e nos videogames, e o uso de arqueojogos tanto como forma de ensino quanto de pesquisa e extensão. Afinal, os jogos possuem potencial para conectar pessoas, servir como objeto de estudo e ser uma ferramenta lúdica e interativa de ensino, propiciando uma troca mútua entre as pessoas envolvidas. Assim, o presente trabalho se propõe a discutir um pouco sobre questões teórico-metodológicas da Arqueologia, bem como a visão que as pessoas e a mídia em geral possuem sobre essa ciência. Por fim, também será abordado o uso do Archaeogaming e o desenvolvimento de um arqueojogo intitulado Onde está você?, um RPG de exploração ambientado na pré-história, que visa ser tanto uma ferramenta de ensino quanto de pesquisa e extensão. A partir dessa experiência de desenvolvimento, foram realizadas sessões de teste abertas ao público, que obtiveram um retorno favorável ao uso de jogos no meio arqueológico.