Avaliação da acurácia de áreas seccionais e medidas lineares da mandíbula em imagens de tomografia computadorizada de feixe cônico na determinação do dimorfismo sexual

Abstract

O objetivo deste estudo foi avaliar o dimorfismo sexual através de medidas lineares e áreas seccionais da mandíbula utilizando imagens de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC). A partir de um banco de dados secundários com um universo de 9.872 imagens tomográficas, 602 TCFC foram selecionadas e organizadas em dois grupos para análises diferentes. Para o primeiro estudo, um avaliador calibrado mensurou nove parâmetros distintos (altura do mento, espessura do mento, área do mento, área da sínfise, espessura da sínfise, altura da sínfise, espessura do corpo em região de pré-molar, espessura do corpo em região de molar e área de entalhe antegonial) em 196 TCFC (77 de indivíduos do sexo masculino e 119 do sexo feminino). Para o segundo estudo, foram selecionadas 503 TCFC, sendo 282 de indivíduos do sexo feminino e 221 do sexo masculino. A partir da reconstrução tridimensional da mandíbula, um avaliador calibrado mensurou os seguintes parâmetros: comprimento do ramo, largura do ramo, comprimento do corpo, largura do processo coronóide, largura do côndilo, largura do mento, largura bigônica e distância intermentual. Os dados foram analisados por meio dos testes de Kolmogorov-Smirnov, Mann-Whitney com nível de significância de 5%. No primeiro estudo, observou-se que, exceto para a medida da espessura do mento, o sexo masculino apresentou valores significativamente maiores nas medidas avaliadas a partir dos estudos aplicados. Após a identificação das medidas que apresentavam diferença significativa, a regressão logística múltipla apontou as medidas da área do entalhe antegonial, da altura do mento e área da sínfise como preditoras do sexo, em um modelo mais refinado, gerando uma equação que apresenta uma acurácia de até 79,1%. No segundo estudo, verificou-se que todas as medidas apresentaram diferença significativa para o dimorfismo sexual (p<0,05), sendo elas aplicadas ao modelo de regressão logística múltipla. Foram excluídas sistematicamente as medidas que não apresentavam diferenças significativas nesse modelo mais refinado, restando comprimento do ramo, largura bigônica e comprimento do corpo, chegando ao modelo final de regressão e construção da equação que apresenta acurácia de até 85,3% para o dimorfismo sexual. As fórmulas discriminantes apresentaram um potencial preditivo satisfatório, contudo, o uso de medidas lineares, nesses parâmetros, apontou uma leve vantagem em relação a utilização de áreas seccionais da mandíbula.