Medicamentos potencialmente inapropriados para idosos : Análise da padronização de medicamentos em hospital de ensino

Abstract

Diante de um contexto de transição demográfica e epidemiológica, a atenção à saúde do idoso ganha importante notoriedade. Nas últimas décadas, há um envelhecimento populacional crescente, concomitante ao aumento na morbimortalidade por doenças crônicas, que leva a uma maior necessidade de uso contínuo de medicamentos e à polifarmácia. Com isso, há uma maior chance de prescrições inadequadas que levam às iatrogenias. O presente trabalho tem como objetivo geral identificar os medicamentos padronizados e propor uma atualização na padronização da farmacoterapia baseada em medicamentos potencialmente inapropriados (MPI) para idosos do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE). Serão evidenciados os potenciais riscos e identificados aqueles medicamentos que levam a tais eventos. Também serão verificadas possíveis alternativas terapêuticas baseadas em evidências da literatura para os medicamentos descritos e listados aqueles que ainda não possuem. A metodologia do trabalho inclui apreciação da lista de medicamentos padronizados pelo hospital, avaliando-se nome do medicamento e dosagem. Em seguida, foram comparados com os que constam no Consenso Brasileiro de Medicamentos Inapropriados para Idosos, que classifica-os por sistemas fisiológicos. Em seguida, foram buscadas alternativas terapêuticas através do aplicativo MPI Brasil. A pesquisa encontrou 17 medicamentos utilizados para o sistema musculoesquelético, 20 para o sistema nervoso central, 8 no sistema cardiovascular, 6 para o sistema gastrointestinal e 4 para o sistema endócrino, totalizando 55 medicamentos. Dentre os fármacos analisados, 4 deles não apresentaram alternativas terapêuticas disponíveis na metodologia de busca. Isso ressalta a urgência de uma revisão nos protocolos clínicos existentes e a necessidade de uma pesquisa mais aprofundada para identificar e desenvolver novas alternativas terapêuticas. Essa abordagem é crucial para garantir o acesso contínuo a tratamentos eficazes e seguros para os pacientes idosos, especialmente aqueles que dependem desses medicamentos para manter ou melhorar sua qualidade de vida.