Resistência à fratura de raízes fragilizadas reforçadas com resina Bulk-Fill Flow

Abstract

O objetivo deste estudo foi comparar a resistência e os padrões de fratura de raízes fragilizadas, sem férula, restauradas através de diferentes técnicas. Um total de 40 dentes anteriores superiores humanos foram selecionados, tratados endodonticamente, fragilizados e divididos em 4 grupos (n=10). G1: núcleo metálico fundido (grupo controle); G2: pino de fibra de vidro e uma espessa camada de cimento resinoso; G3: raiz reforçada com resina bulkfill flow e pino de fibra de vidro; G4: pino anatômico direto obtido com resina bulk-fill flow. Whitepost DC 0,5 (FGM) e Opus Bulk Fill flow (FGM) foram utilizados. Os núcleos metálicos fundidos e pinos de fibra de vidro foram cimentados com cimento resinoso convencional (All Cem Core, FGM). O núcleo de preenchimento das raízes restauradas com pino foi obtido com resina composta (Opus Bulk Fill, FGM) e todas as raízes receberam uma coroa de resina composta indireta (Opus Bulk Fill, FGM). Todas as amostras foram armazenadas em água destilada a 37º por 60 dias para simular o envelhecimento artificial e, em seguida, foram submetidas a uma carga compressiva (1,0 mm/min em um ângulo de 45 º em relação ao longo eixo do dente). Modos de falha foram analisados usando um estereomicroscópio. Fraturas foram classificadas como reparáveis ou catastróficas. O teste F (ANOVA) foi usado para comparar a resistência à fratura dos grupos e o teste Exato de Fisher na comparação do modo de falha (α =0,05). Os valores de resistência à fratura (média e desvio padrão, em newton) foram G1:307,28 (77,36); G2: 250,41 (64,40); G3: 288,32 (50,40); G4: 189,41 (82,01). As resistências à fratura mais elevadas foram registradas para G1, seguido daquela do G3 e a mais baixa para G4. O teste F (ANOVA) revelou diferenças significativas entre os grupos (p< 0,05), G4 diferente de G1 e G3. O percentual de corpos de prova com fratura catastrófica foi 45,0% e variou de 40,0% a 60,0% por grupo, não se comprovando diferença significativa (p> 0,05) entre os grupos. Concluiu-se que reforço radicular com resina bulk-fill flow associada a pino de fibra de vidro apresentou boa performance mecânica, podendo ser considerada uma alternativa atraente para restaurar raízes fragilizadas. Em relação aos modos de falha, não houve diferença significativa entre as técnicas avaliadas.