Fatores relacionados às respostas agudas na pressão arterial após exercício isométrico com handgrip em hipertensos

Abstract

Os efeitos agudos permanecem controversos na literatura, podendo estar associados às características clínicas dos pacientes. Entretanto, nenhum estudo investigou os fatores relacionados às respostas agudas na pressão arterial após uma sessão de exercício isométrico com handgrip em hipertensos medicados. O objetivo deste estudo foi analisar as respostas agudas na pressão arterial após exercício isométrico com handgrip em indivíduos hipertensos e verificar os fatores relacionados a essas respostas. Este estudo cross-overrandomizado incluiu 22 hipertensos medicados (74% mulheres; 57±10 anos). Os participantes realizaram três visitas ao laboratório. Na primeira, realizaram avaliação do histórico clínico de saúde (medicações, pressão arterial, avaliação antropométricas e morbidades associadas) e foram submetidos aos testes de reatividade cardiovascular (Stroop Test, Handgrip Test e Cold Pressor Test). Em cada teste, a pressão arterial foi medida antes e após 80 segundos do início da realização do teste. Os valores de reatividade foram calculados a partir do ∆ (pós – pré) para cada teste. Nas outras duas visitas ocorreram as sessões experimentais, cuja ordem foi aleatorizada: 1) sessão handgrip - 4 séries de 2 minutos a 30% da contração voluntária máxima; 2) sessão sham - mesmo protocolo da sessão handgrip, porém utilizando uma bola antiestresse, segurando-a com o mínimo de tensão possível. Avaliou-se a pressão arterial no momento pré-sessão e em quatro momentos apóssessão (15, 30, 45 e 60 minutos). Analisou-se as respostas individuais através do efeito real do exercício (Δ da sessão handgrip – Δ da sessão sham). Os participantes que tiveram redução, de pelo menos 4 mmHg (efeito real) na pressão arterial em algum momento após as sessões, foram classificados como responsivos. Embora 77,2% dos participantes serem classificados como responsivos, o exercício isométrico com handgrip não reduziu a pressão arterial em hipertensos (p>0,05). Não houve diferença em relação ao sexo, idade, pressão arterial inicial e índice de massa corporal entre responsivos e não responsivos (p>0,05 para todos). Por outro lado, houve correlação negativa e significante entre o Cold Pressor Test com os deltas da pressão arterial sistólica (rho= -0,683, p<0,001) e diastólica (rho= -0,507, p=0,018). Stroop Test (sistólica: rho= -0,122, p=0,579; diastólica: rho=-0,120, p=0,586) e Handgrip Test (sistólica: rho= -0,068, p=0, 758; diastólica: rho= -0,150, p=0,495) não apresentaram correlação estatisticamente significante. Dessa forma, conclui-se que uma sessão aguda de exercício de handgrip não reduz pressão arterial de hipertensos. Entretanto, os hipertensos que aumentaram mais a pressão arterial no Cold Pressor Test foram os que apresentaram maiores reduções da pressão arterial após sessão com handgrip.