Diagnósticos e intervenções de enfermagem em cuidados paliativos no cenário hospitalar

Abstract

Introdução: Os cuidados paliativos são compreendidos como uma abordagem terapêutica integral que deve estar inserida em todos os cenários do cuidado, prestada por uma equipe multidisciplinar ao indivíduo e seus familiares. O enfermeiro é um elemento essencial da equipe, e utiliza o Processo de Enfermagem (PE) para estabelecimento de diagnósticos prioritários e definição das intervenções necessárias para alcance dos resultados esperados diante da assistência prestada no contexto paliativista. Objetivo: Analisar os diagnósticos de enfermagem (DE) e intervenções de enfermagem (IE) em pacientes adultos em cuidados paliativos no ambiente hospitalar frente aos sistemas de linguagem padronizada (SLP). Metodologia: O estudo foi realizado em três etapas: revisão integrativa dos diagnósticos de enfermagem pela Taxonomia II da NANDA-I relacionados aos cuidados paliativos em pacientes adultos no contexto hospitalar nas bases de dados BDENF, LILACS, PubMed, Scopus e Web of Science, e posteriormente, a seleção de dois diagnósticos para nortear a busca de cuidados de enfermagem. Por último, foi realizado o mapeamento cruzado entre os cuidados identificados na literatura e as intervenções de enfermagem segundo a Taxonomia NIC. Resultados: Foram identificados na literatura 67 diagnósticos de enfermagem segundo a Taxonomia II da NANDA-I. Destes, foram selecionados dois: “Dor crônica” e “Sofrimento espiritual”, em decorrência da prevalência de diagnósticos na dimensão física e necessidade de debate quanto à assistência de enfermagem na dimensão espiritual. Quanto ao diagnóstico “Dor Crônica”, os cuidados de enfermagem encontrados foram mapeados com as intervenções de enfermagem segundo a NIC, com prevalência do domínio Fisiológico: básico, nas classes Promoção do conforto físico e Facilitação do autocuidado, contemplando intervenções como administração de medicamentos, controle de dor: crônica e monitorização dos sinais vitais. Já para o diagnóstico “Sofrimento Espiritual", as intervenções pertencem predominantemente ao domínio Comportamental e à classe Assistência no enfrentamento, com intervenções destinadas à promoção da esperança, melhora do enfrentamento, apoio emocional dentre outras. Conclusão: Ao subsidiar a assistência em dados científicos para empregar técnicas adequadas e efetivas, utilizando linguagens padronizadas para concretizar o PE durante a prática assistencial em cuidados paliativos, o enfermeiro exerce seu papel na redução do sofrimento e melhora da qualidade de vida dos pacientes. Apesar do uso dos SLP ser discutido e regulamentado há anos, percebe-se que não há o real emprego desse recurso metodológico na prática profissional, o que reduz a qualificação e o registro da assistência, a comunicação interprofissional e o discernimento dos profissionais quanto à relevância e reais atribuições da enfermagem.