Análise comparativa de reagentes histoquímicos frente a coloração de pectinas em espécies vegetais

Abstract

Os carboidratos mais encontrados na natureza pertencem à classe dos polissacarídeos e trata-se de componentes intrínsecos às espécies vegetais. A pectina é um polissacarídeo estrutural de constituição complexa e heterogênea, muito utilizado nos diversos ramos industriais, seja no ramo alimentício, farmacêutico ou cosmético, por exemplo. Uma maneira de detectar esses compostos pode ser através da técnica de histoquímica, que consiste na utilização de reagentes previamente estabelecidos permitindo a detecção e identificação desses compostos em diferentes localizações do vegetal. O objetivo deste trabalho é realizar a análise comparativa de dois reagentes histoquímicos que podem ser utilizados para a detecção de pectinas. Os cortes foram realizados à mão livre e corados com os reagentes Azul de Toluidina e Vermelho de Rutênio para histolocalizar pectinas. Para confirmar a presença de pectinas e excluir a presença de mucilagens, o reagente Ácido Tânico foi utilizado. Os cortes foram fixados em lâmina e avaliados por microscopia óptica, com imagens capturadas por software. Os resultados obtidos mostram depósitos de pectinas em todas as espécies vegetais, exceto na lâmina foliar de Eugenia uniflora, divergindo de dados encontrados em literatura. Essa divergência pode estar relacionada a fatores sazonais, alterando a composição da planta, como também pode estar relacionada ao tempo de reação, concentração dos reagentes utilizados, entre outros fatores. Apesar dos dois reagentes utilizados serem capazes de histolocalizar as pectinas, os dados na literatura apontam preferência majoritária pela utilização do Vermelho de Rutênio para detectar pectinas e mucilagens. Dessa forma, o presente trabalho ressalta a importância do entendimento dos reagentes histoquímicos utilizados, o mecanismo de ação envolvidos nessas reações e a otimização do processo de histolocalização de compostos presentes em espécies vegetais.