Nódulos mamários : correlação epidemiológica, clínica, radiológica, histológica e molecular de amostras analisadas em pacientes atendidas em um hospital universitário de Pernambuco

Abstract

O câncer de mama é o mais incidente no mundo, sendo também o mais frequente em mulheres, correspondendo a 24,2% das neoplasias neste grupo. A neoplasia de mama apresenta causas multifatoriais, e o conhecimento dos fatores de riscos são essenciais para a prevenção e o tratamento. O objetivo deste estudo foi avaliar a correlação entre os perfis epidemiológico, clínico, radiológico, histológico e molecular de pacientes que se submeteram a core biópsia guiada por ultrassonografia de alterações mamária, no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco. Foram estudadas amostras de 193 pacientes voluntárias, no período de 2018 a 2022, com o total de 240 lesões. Das 240 lesões mamárias estudadas, 136 foram benignas, sendo a maioria destas fibroadenoma, e 104 malignas, com o predomínio do carcinoma ductal invasivo. Já quanto ao perfil molecular, o padrão luminal se expressou com maior frequência, prevalecendo o subtipo luminal B. Dentre as variáveis estudas do perfil epidemiológico e clínico, houve correlação estatística com malignidade, a idade superior a 60 anos, etnia não branca, baixa escolaridade, hipertensão arterial, diabetes, pacientes com lesões múltiplas ou palpáveis. Ressalta-se a importância de acompanhamento e rastreio mais restrito nesse perfil de pacientes. Os parâmetros ultrassonográficos associados a malignidade foram apresentação não nodular, forma irregular, margens não circunscritas, eixo não paralelo, sombra posterior, calcificação e microcalcificação, e dimensões maiores que 2,0cm. A classificação BI-RADS, assim como a subclassificação da categoria 4, apresentaram relevância estatística, devendo-se, portanto, sempre serem utilizadas, e valorizados esses achados de imagem, para auxiliar o médico assistente na melhor condução de prosseguir investigação diagnóstica nos determinados casos. Quanto a análise do PCR, todas as amostras do estudo apresentaram-se negativas para detecção do DNA viral do HPV, não sendo possível definir relação desta infeção viral com patologias da glândula mamária.