Avaliação dos traços funcionais de Camponotus crassus em um gradiente de urbanização

Abstract

Neste trabalho medimos a tolerância térmica máxima e variações morfológicas como traços funcionais da formiga Camponotus crassus coletadas em um gradiente de urbanização na cidade de Recife (PE). O objetivo geral foi avaliar se essa espécie de formiga presente em todo gradiente, possui traços funcionais que funcionem como adaptações para persistir nos habitats apesar das mudanças provocadasdevido ao processo de urbanização, como o aumento da temperatura do solo. Foi realizada a coleta de operárias de C. crassus em 24 áreas com diferentes porcentagens de superfície impermeável, e cada indivíduo foi colocado em uma máquina cuja temperatura foi aumentada em 1ºC a cada cinco minutos até que todas as formigas morressem e anotamos a temperatura máxima. Posteriormente, medimos alguns atributos morfológicos como: tamanho da antena, cabeça, clípeo, mandíbula, perna e olhos, que estão relacionados com o deslocamento e percepção das formigas nos diferentes habitats. Encontramos que o aumento na porcentagem de área urbana influencia na tolerância térmica máxima como traço fisiológico e no tamanho dos atributos corporais medidos como traços morfológicos (com exceçãodo tamanho da antena) dos indivíduos de Camponotus crassus. Essas alterações podem representar algumas das respostas que essas espécies utilizaram para persistir em hábitats altamente modificados.