Estratificação das concentrações de interleucina 6 com potencial para identificação de novos biomarcadores de prognóstico na COVID-19

Abstract

A clínica frente a infecção por SARS-CoV-2 é diversificada, podendo variar de leve, moderada, a grave, contudo, o agravamento ou desfecho fatídico não pode ser explicado por um único fator. No entanto, a exacerbação da resposta imune com a secreção de diversas citocinas pró-inflamatórias como IL-6, IL-1β, IL-2, IL-8, TNF-α parece ser decisiva para a progressão da doença gerando um quadro de hiperinflação. A IL-6, uma importante citocina pró-inflamatória, com diversas funções, incluindo, atividade sobre a resposta imune frente às infecções virais, vem sendo associada como fator de importância para o agravamento dos casos de COVID-19. Foi observado que pacientes COVID-19 com níveis de IL-6 aumentados apresentaram maior extensão de dano pulmonar, além disso, as células imunes como os monócitos, macrófagos passaram a secretar IL-6 em decorrência da infecção. No presente estudo analisamos, a partir da quantificação de citocinas, quimiocinas, por citometria de fluxo, e de marcadores de severidade ambulatoriais (PCR (proteína C reativa), LDH, ferritina), obtidos a partir de prontuário, o potencial de IL-6 como um marcador de severidade da COVID-19, assim como, a possibilidade de outros biomarcadores. Amostras de 36 pacientes COVID-19 grave, foram estratificadas em IL-6 Baixo: 0 a 30 pg/ml; Médio 31 a 200 pg/ml; Intermediário: 201 a 999 pg/ml; e Alto: >1000 pg/ml. Desta forma, foi possível observar uma correlação entre os níveis de IL-6 e IL-8, sugerindo uma associação entre o aumento de IL-6 e IL-8. IL-6, CXCL9 e CCL5 apresentaram associação com pior desfecho clínico.