Impactos ambientais provocados pela algarobeira (Prosopis juliflora) (Sw.) DC. no perímetro irrigado do Moxotó, Ibimirim - PE

Abstract

Espécies do gênero Prosopis, entre elas P. juliflora, mais comumente denominada algaroba, foram introduzidas em diferentes ambientes semiáridos para fins distintos, proporcionando impactos beneficentes e adversos às comunidades, principalmente campesinas. Assim, esta pesquisa teve como objetivo avaliar os impactos ambientais provocados pela algarobeira (Prosopis juliflora) (Sw.) DC., nos terrenos do Perímetro Irrigado do Moxotó (PIMOX) em Ibimirim - Pernambuco. Utilizou-se técnicas de classificação de imagens de satélite, como índices de vegetação e partições do balanço de energia obtidas no período seco, entre os anos de 1987 e 2019, aliada à verificação de campo com coleta de pontos oriundos do Sistema de Posicionamento Global (GPS) de áreas com P. juliflora. Visando a identificação da propagação de dosséis da espécie, foram calculados o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) e o Índice de Área Foliar (IAF), além do saldo de radiação (Rn) e da evapotranspiração real (ET), cujos resultados foram apresentados em mapas, gráficos e tabelas. Questionários estruturados foram aplicados com uma amostragem de 30 agricultores do PIMOX, e o software ATLAS.ti 9 foi usado para análises qualitativas, complementadas por indicadores socioambientais (Análise de stakeholders e força motriz/pressão, estado, impacto, resposta - DPSIR). Constatou-se uma invasão escalar da classe de algaroba esparsa, com um aumento de 273 Km2, no período de 1987-1991. Nos derradeiros 35 anos, período espaço-temporal de analise 1987-2019, houve um decréscimo de mais de 100% quanto aos níveis de invasão da classe algaroba densa de 1988 para 2019. A invasão de P. juliflora aumentou significativamente nos últimos anos desde a introdução da espécie no ano de 1985, existem muitos stakeholders com aptidão para executar projetos em prol dos serviços ecossistêmicos prestados pela colonização de P. juliflora no PIMOX. Recomenda-se o uso de geotecnologias por parte dos órgãos de fiscalização ambiental, participação da população na tomada de decisão e adoção de técnicas de manejo e controle hábeis para a espécie em evidência.