Avaliação das atividades anti-inflamatória, antinociceptiva, antipirética e cicatrizante de óleo fixo de syagrus schizophylla em camudongos

Abstract

Syagrus schizophylla (Mart.) Glass. (Arecaceae) é uma palmeira oleaginosa nativa do Nordeste do Brasil, e conhecida popularmente como Aricuriroba. Estudos sobre o seu potencial biotecnológico são escassos, entretanto, há estudos sobre várias espécies desta família que comprovam suas atividades biológicas. Diante do exposto, o objetivo do trabalho foi avaliar as atividades anti-inflamatória, antinociceptiva, antipirética e cicatrizante do óleo de sementes de S. schizophylla (OFSs), em camundongos. Para tanto, a toxicidade aguda foi investigada em camundongos em duas fases. Na fase um cada grupo recebeu uma concentração diferente de OFSs (10, 100 e 1000 mg/kg) por gavagem. Na segunda fase, foi administrada altas doses de OFSs (1600 e 2900 mg/kg). Os parâmetros analisados em ambas as fases foram comportamento e mortalidade. Realizou-se ainda o teste de contorção abdominal induzida por ácido acético 0,8%, teste de dor por formalina, edema de pata induzido por carragenina 1%, peritonite aguda (com avaliação da migração leucócitos e neutrófilos e quantificação de citocinas IL1-α e TNF- α) e pirexia induzida pela levedura Saccharomyces cerevisiae. A atividade cicatrizante foi investigada em feridas cutâneas induzidas em camundongos tratados durante 15 dias com DMSO 2% (controle negativo), Dersani, Dexpantenol, OFSs (10%, 25% e 100%) ou pomada de OFSs a 5%. A identificação, caracterização e quantificação dos compostos presentes no OFSs por CG-MS e GC-FID revelaram a presença de oito compostos diferentes, sendo o ácido láurico o mais abundante (50,45 ± 2,30%). O óleo não promoveu mortalidade dos animais no teste de toxicidade aguda. O OFSs em concentrações crescentes na segunda fase do teste de toxicidade (10, 100, and 1000 mg/kg) não induziu alterações/modificações persistentes comportamentais durante todo o ensaio, demonstrando possuir um valor de LD50 maior que 5000 mg/kg. As contorções abdominais foram reduzidas utilizando o OFSs, de 16,17, 51,96 e 72,05%, e reduziu-se o tempo de lambedura da pata, de 16,17, 51,96 e 72,05%, respectivamente. A investigação dos mecanismos sugere ação antinociceptiva via sistema opioide. O óleo mostrou-se eficaz na inibição de 100% (400 mg/kg) do edema a partir de 5 horas, com resultado superior a indometacina (20 mg/kg, v.o.). O modelo de peritonite demonstrou migração significativa de leucócitos (37,93, 62,06 e 77,58%, nas concentrações testadas respectivamente) e neutrófilos (41,02, 66,66 e 87,17%) respectivamente. Além disso as concentrações do óleo de OFSs foram capazes de reduzir os níveis de IL-1β em 59,26, 68,93 e 76,35% e TNF- α em 41,60, 57,52 e 75,44%. A administração do OFSs inibiu a febre nos animais desde a primeira hora de teste, em todas as doses testadas. A morfometria revelou que os animais tratados com Dersani®, dexpantenol, OFSs 10% e 25% apresentaram o menor tempo de reepitelização. O número de fibroblastos foi maior no OFSs 25% (67,04%) e na pomada de OFSs (63%), quando comparado ao grupo controle negativo (45,08%). O estudo mostrou-se promissor para indústria terapêutica, e demonstrou que o OFSs pode ser um contributo para o auxílio de doenças, atuando como agente antinociceptivo, anti-inflamatório, antipirético e cicatrizante. Além da pomada de OFSs estabelecer potencial para se tornar um tratamento tópico alternativo no processo de reparo tecidual.