A variação linguística nos livros didáticos de língua portuguesa: onde está o Nordeste?

Abstract

O tratamento da variação linguística nos livros didáticos vem sendo amplamente discutido ao longo dos anos e as recentes coleções vêm difundindo reflexões sobre o preconceito linguístico, os estigmas sociais e a variação. Entretanto, ainda é possível perceber algumas inconsistências teóricas voltadas à temática, mediadas pela falta de embasamento acerca da teoria da Sociolinguística, proposta por Coelho, Gorski, May e Souza (2012) e Bagno (2013). Dessa forma, elucidamos, neste trabalho, a análise das seções voltadas à variação linguística em um livro didático, pertencente à rede privada de ensino, publicado no ano de 2020. Tomamos como enfoque não só os conceitos relacionados à variação, mas também a maneira como as variedades nordestinas são tratadas nesta obra. Temos como objetivo analisar se o estigma linguístico ou a ausência dessas variantes ainda se fazem presentes no livro didático. Além disso, observamos, na discussão sobre variação linguística, qual a relação entre as perspectivas teórico-pedagógicas na BNCC e no livro didático de língua portuguesa. As concepções teóricas para a discussão sobre livro didático partem de Bunzen (2005), (2001) e Silva e Rocha (2019) e, como mencionado acima, os aspectos linguísticos partem da teoria Sociolinguística, retomadas por Bagno (2013), BOCHENEK (2013), MONTEIRO (2000) e COELHO, GORSKI, MAY e SOUZA (2012).