Análise da contaminação por fungos totais e aflatoxigênicos em sementes de soja e proteína texturizada de soja

Abstract

A soja é um alimento importante no Brasil, tanto do ponto de vista nutricional, quanto do social e econômico. O principal objetivo do presente trabalho foi analisar a possível contaminação de sementes de soja e proteína de soja texturizada de marcas comercializadas em Recife (PE) quanto à presença de fungos totais e fungos e produtores da micotoxina alfatoxina. Para tanto foram adquiridas 11 amostras de soja de 7 marcas comerciais. No laboratório as amostras do tipo semente foram desinfestadas com solução de hipoclorito de sódio a 0,4% por 1 minuto e em seguida lavadas em água destiladas estéril e secas em papel de filtro estéril. Tal procedimento não foi feito com a proteína texturizada, por não se tratar de um grão. Para todas as amostras o semeio foi feito pelo método de plaqueamento direto, com 10 unidades para amostra, em quintuplicata, nos meios de cultura DG-18 e AFPA, para avaliação da taxa de contaminação por fungos totais e fungos produtores de aflatoxina, respectivamente. Todas as amostras (100%) apresentaram algum nível de contaminação. A taxa média de contaminação variou de 30 a 94% para fungos totais e de 2 a 54% para fungos aflatoxigênicos. As amostras mais contaminadas foram S7 (94%) e S8 (92%), ambas da mesma marca, sendo proteína de soja texturizada escura e clara, respectivamente. Os fungos filamentosos ocorreram em 100% das amostras, enquanto os fungos leveduriformes aparecerem em 45,4% das amostras. Quanto a freqüência de ocorrência dos gêneros fúngicos, o Aspergillus Seção Flavi foi único encontrado em 100% das amostras. Também ocorreram nas amostras de soja analisadas os seguintes gêneros fúngicos: Aspergillus Seção Nigri (36,4%), Fusarium sp, Rhizopus sp, Eurotium sp, apresentando esses 3 gêneros a mesma taxa de ocorrência (45,4%), e Alternaria sp (18,1%). Esse trabalho evidenciou que as amostras de proteínas texturizada de soja, bem como a semente de todas as 7 marcas testadas apresentaram algum nível de contaminação por fungos totais e por fungos produtores de aflatoxina, representando assim possível risco para a saúde humana.