Uso do plasma rico em plaquetas no tratamento da alopecia androgenética

Abstract

Alopecia é uma condição de etiologia múltipla que tem como característica a diminuição da quantidade de cabelo/pelo devido a alterações na estrutura do folículo capilar e manutenção do ciclo celular de crescimento do cabelo. Afeta homens e mulheres, com prevalência entre homens, principalmente, devido a fatores androgênicos, como no caso da Alopecia Androgenética (AAG). O cabelo é um elemento estético e por isso é importante a definição de um tratamento eficaz contra a queda de cabelo. Os tratamentos convencionais são baseados no uso de Minoxidil, Finasterida e realização de implante capilar. Contudo, tais tratamentos apresentam baixa satisfação e adesão devido a características do tratamento, custo e efeitos adversos. Por conta disso, novos tratamentos surgiram como alternativa aos métodos convencionais, tais como microagulhamento, laserterapia e plasma rico em plaquetas (PRP). O PRP é um concentrado autólogo de plaquetas, apresenta baixo custo e risco de rejeição, e pacientes com AAG se beneficiam dos fatores de crescimento e citocinas presentes nos grânulos alfa das plaquetas. Entretanto seu protocolo de obtenção e aplicação ainda carece de padronização. Portanto, o objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão da literatura a respeito dos diferentes protocolos de centrifugação adotados, métodos de ativação plaquetária e de aplicação do PRP utilizados no tratamento da alopecia androgenética. A revisão foi realizada após definição do tema e dos descritores, com busca de artigos publicados entre 2018 e 2022 nas plataformas PubMed, SciELO e Science Direct, resultando em 19 artigos. Após análise, foi possível evidenciar que a respeito do protocolo de centrifugação do PRP, 8 artigos optaram pela dupla centrifugação e 9 pela centrifugação única. Sobre a ativação do PRP, 13 estudos utilizaram PRP não-ativado, possivelmente devido à liberação contínua e controlada de fatores de crescimento. Importante ressaltar que um dos artigos avaliou a eficácia tanto do PRP ativado como do não-ativado, e a resposta terapêutica do não-ativado foi superior. No tocante ao protocolo de aplicação do PRP, 14 artigos aplicaram o PRP pelo método ponto a ponto, possivelmente por ser a forma mais comum de aplicação conhecida, entretanto o microagulhamento apresentou resultados mais consistentes e superiores em comparação aos demais métodos de aplicação, provavelmente por proporcionar distribuição similar do PRP por todo o couro cabeludo e ser menos dolorosa. A respeito do uso associado ou não do PRP com outros compostos, em 13 estudos a monoterapia de PRP foi superior no tratamento da AAG, tanto em homem quanto em mulheres. Em conclusão, o PRP se mostra uma alternativa eficaz no tratamento da alopecia androgenética, entretanto ainda é necessária a padronização do protocolo de obtenção e aplicação do PRP para que os resultados terapêuticos obtidos sejam mais uniformes.