Aspectos ecológicos do pseudoescorpião Paratenmoides nidificator Balzan, 1888 (Pseudoescorpiones: Atemnidae) em área urbana de Recife, Pernambuco

Abstract

Os pseudoescorpiões são aracnídeos pertencentes a ordem Pseudoescorpiones que apresentam cerca de 4.038 espécies e 473 gêneros descritos. Estes invertebrados, são cosmopolitas e geralmente encontrados sob cascas de árvores, pedras, cavernas, entre outros habitats naturais. Apesar da ampla distribuição geográfica e relativa diversidade, estudos ecológicos com os pseudoescorpiões são escassos principalmente na região Neotropical. Visando preencher essa lacuna no conhecimento, o presente trabalho teve como objetivo analisar os aspectos ecológicos de pseudoescorpiões arborícolas em áreas verdes urbanizadas. As amostragens dos animais foram realizadas durante o mês julho de 2021 na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em árvores suberosas ( Tamarineiras, Jambeiros e Jaqueiras) encontradas ao longo do Campus. Os pseudoescorpiões foram coletados manualmente em 50 árvores distribuídas na UFPE, onde cada árvore foi checada por 15 minutos por uma dupla de coletores. Adicionalmente, foram obtidos dados referentes ao diâmetro da árvore, altura onde os pseudoescorpiões foram encontrados, bem como a abundância de outros artrópodes. Um total de 690 artrópodes foram coletados, sendo 130 pseudoescorpiões de pertencentes a espécie Paratemnoides nidificator (BALZAN, 1888). Os resultados mostraram que a probabilidade de ocorrência dos pseudoescorpiões não foi relacionada com o diâmetro da árvore. Os animais não apresentaram preferência em relação à altura podendo ocorrer de 10 a 180 cm do solo. Com relação aos outros invertebrados, a abundância de formigas afetou negativamente a probabilidade de ocorrência dos pseudoescorpiões. Dois indivíduos de pseudoescorpiões da espécie Parachernes melanopygus (BEIER, 1959) foram coletados co-ocorrendo com P. nidificator. Por fim, P. nidificator mostrou um padrão de distribuição agregado. Os nossos resultados indicam que as interações bióticas, em particular com as formigas modulam a ocorrência de pseudoescorpiões em áreas urbanas.